{"title":"A sala de aula, o espaço da enunciação escrita","authors":"Aline Wieczikovski Rocha, Catiúcia Carniel Gomes","doi":"10.22297/DL.V8I1.3493","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensino de escrita, a fim de examinar o comportamento textual do locutor-aluno que passa a sujeito-autor no emprego efetivo da língua. Interessa-nos um ensino de escrita que prime pela inserção do aluno em uma posição de autoria e posicionamento social por meio da língua. Para tanto, propomos a análise de uma produção textual do gênero crônica de um estudante do Ensino Médio, no intuito de observarmos a mobilização singular da língua pelo sujeito, em dada situação e em um dado tempo, isto é, o modo como o locutor se apropria da língua e marca seu posicionamento através de “índices específicos” e “procedimentos acessórios”. Além disso, observamos como o domínio do gênero legitima o discurso proposto. O aporte teórico que fundamenta nossa concepção pedagógica encontra-se amparado nas reflexões de Émile Benveniste, principalmente as que refletem sobre o Aparelho formal da enunciação (2006), e Mikhail Bakhtin, especialmente no ensaio Os gêneros do discurso (2011). Considera-se, portanto, que as relações do locutor com a língua determinam a relação do sujeito consigo mesmo e com o mundo, por meio de enunciados de natureza diferenciada. Logo, a escrita, como forma complexa do discurso, deve ser mediada pelo professor, interlocutor e avaliador de toda produção. Ademais, a realização da situação de escrita precisa da leitura dos gêneros discursivos, para que o estudante compreenda as diferentes formas dos sintagmas da língua e produza o sentido do seu discurso.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3493","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensino de escrita, a fim de examinar o comportamento textual do locutor-aluno que passa a sujeito-autor no emprego efetivo da língua. Interessa-nos um ensino de escrita que prime pela inserção do aluno em uma posição de autoria e posicionamento social por meio da língua. Para tanto, propomos a análise de uma produção textual do gênero crônica de um estudante do Ensino Médio, no intuito de observarmos a mobilização singular da língua pelo sujeito, em dada situação e em um dado tempo, isto é, o modo como o locutor se apropria da língua e marca seu posicionamento através de “índices específicos” e “procedimentos acessórios”. Além disso, observamos como o domínio do gênero legitima o discurso proposto. O aporte teórico que fundamenta nossa concepção pedagógica encontra-se amparado nas reflexões de Émile Benveniste, principalmente as que refletem sobre o Aparelho formal da enunciação (2006), e Mikhail Bakhtin, especialmente no ensaio Os gêneros do discurso (2011). Considera-se, portanto, que as relações do locutor com a língua determinam a relação do sujeito consigo mesmo e com o mundo, por meio de enunciados de natureza diferenciada. Logo, a escrita, como forma complexa do discurso, deve ser mediada pelo professor, interlocutor e avaliador de toda produção. Ademais, a realização da situação de escrita precisa da leitura dos gêneros discursivos, para que o estudante compreenda as diferentes formas dos sintagmas da língua e produza o sentido do seu discurso.