{"title":"Escrit(ur)as de si e o espaço do/no papel-cela: necessidade e (im)possibilidade de dizer(-se)","authors":"Mary Stela Surdi","doi":"10.22297/2316-17952023v12e02313","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste estudo apresento um olhar sobre a constituição de arquivos, de memórias e de corpora, a partir de uma perspectiva discursiva e desconstrutivista com o apoio de algumas noções da psicanálise, com base em Coracini (2007; 2010), Achard (1999), Derrida (2001), Foucault (1977), Guilhaumou e Maldidier (2014) e Robin (2016), por meio da análise de escrit(ur)as de si extraídas da coletânea \"Textos no cárcere\", que reúne textos produzidos por sujeitos-autores da Penitenciária Agrícola de Chapecó/SC. Dentre as possíveis leituras construídas pelos gestos de interpretação, destaco que a maioria dessas materialidades discursivas tem como característica predominante a escrit(ur)a em primeira pessoa do singular, carregando os dizeres com diferentes modos de subjetivação, revelando por vezes o assujeitamento, marcado pelo conformismo, silenciamento, recalque e espera e, em outros momentos, apontam para sujeitos que não veem o cárcere como espaço do seu dizer porque revelam resistência, tomando a escrita como espaço para denunciar e questionar, pois têm no papel-cela o lugar da contraidentificação e/ou do phármakon derridiano.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-07-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/2316-17952023v12e02313","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste estudo apresento um olhar sobre a constituição de arquivos, de memórias e de corpora, a partir de uma perspectiva discursiva e desconstrutivista com o apoio de algumas noções da psicanálise, com base em Coracini (2007; 2010), Achard (1999), Derrida (2001), Foucault (1977), Guilhaumou e Maldidier (2014) e Robin (2016), por meio da análise de escrit(ur)as de si extraídas da coletânea "Textos no cárcere", que reúne textos produzidos por sujeitos-autores da Penitenciária Agrícola de Chapecó/SC. Dentre as possíveis leituras construídas pelos gestos de interpretação, destaco que a maioria dessas materialidades discursivas tem como característica predominante a escrit(ur)a em primeira pessoa do singular, carregando os dizeres com diferentes modos de subjetivação, revelando por vezes o assujeitamento, marcado pelo conformismo, silenciamento, recalque e espera e, em outros momentos, apontam para sujeitos que não veem o cárcere como espaço do seu dizer porque revelam resistência, tomando a escrita como espaço para denunciar e questionar, pois têm no papel-cela o lugar da contraidentificação e/ou do phármakon derridiano.
在这项研究中,我以科拉西尼(2007;2010)、阿查德(1999)、德里达(2001)、福柯(1977)、Guilhausou和Maldidier(2014)以及罗宾(2016)为基础,在精神分析的一些概念的支持下,从话语和解构的角度来审视档案、记忆和语料库的构成,通过分析从“Textos no cárcere”系列中提取的自述,该系列收集了Chapecó/SC农业监狱的主题作者创作的文本。在由解释手势构建的可能的解读中,我强调,这些话语材料中的大多数都具有以单数的第一人称书写的主要特征,带有不同主观主义模式的话语,有时揭示主观主义,以墨守成规、沉默、压抑和等待为标志,在其他时候,指出那些不把监狱视为他们说话的空间的人,因为他们表现出了抵抗,把写作视为谴责和质疑的空间,因为他们在牢房里有反身份和/或phármakon derridian的地方。