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Abstract
Partindo de indícios e pistas presentes em dissertações e teses que exploram a área da educação do campo enquanto lócus de pesquisa, este artigo busca compreenderas trajetórias, experiências e memórias narradas por pesquisadores deste âmbito do saber, buscando identificar nexos entre a produção do conhecimento no campo da educação e a elaboração de narrativas autobiográficas nesse processo (JOSSO, 2004). Neste caminho, dialoga com os conceitos de narrativa e experiência em Walter Benjamin (1987, 2016), de memória e história (BOSI, 2012; HALBWACHS, 1990); parte da operação historiográfica proposta por Ginzburg (2007a, 2007b, 2014) no método indiciário, referenciado na micro-história italiana. Entre as linhas e as margens, entre tantas narrativas e várias confidências presentes nestas produções acadêmicas defendidas no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo entre 2006 e 2019, emergiram memórias de infância, de suas trajetórias de vida, atuação e formação, das experiências de desumanização-resistência-humanização (ARROYO, 2019) e de estranhamento e reencontro com os contextos do campo e da cidade. Por fim, evidenciaram-se processos existenciais que implicam uma relação singular entre as trajetórias desses sujeitos e sua opção político-existencial pela educação do campo enquanto lócus de pesquisa e de trabalho, constituindo-se, portanto, como um retorno à própria terra, à sua história e sua existência em seu sentido mais amplo, num movimento que envolve fazeres, saberes, afetos e ideais construídos no processo de luta e trabalho.