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Abstract
Este artigo analisa relatos, a partir fontes diversas, de uma clientela que transformou em narrativa a experiência de habitar casas modernas. Desejosos de habitar um espaço atualizado às diretrizes estéticas de seu tempo, esse conjunto de clientes encomendou, entre o final dos anos 1940 e início dos anos 1960, a construção de suas residências a arquitetos que despontavam no cenário artístico paulistano. Permeado por tensões e ambiguidades, o relato da construção e vivência nessas moradias é uma fonte preciosa para acessar as expectativas em torno de novos padrões sociais e espaciais. Oscilando entre a apologia do vanguardismo arquitetônico e a reclamação dos infortúnios de se habitar uma casa fora dos padrões convencionais, essas narrativas e memórias permitem acessar o imaginário e as ambições de seus moradores, as motivações que os levaram a empreender esse projeto e as decepções quanto à sua realização. Também apresentam observações agudas da vida cotidiana, pelas quais é possível apontar marcadores sociais ligados a posição de classe, gênero e idade, assim como posições estéticas e políticasde um novo grupo social em busca de diferenciação.