Paula Mariano, Soraia Silva, Maria Eufémia Calmeiro, Isabel Antunes, Maria Eugénia André
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Abstract
Introdução: A neoplasia é considerada a segunda doença com maior morbi-mortalidade. Os cuidados de nível hospitalar são muitas vezes inevitáveis. O objetivo da Hospitalização Domiciliária (HD) é de minimizar as complicações hospitalares e proporcionar maior satisfação ao doente e ao familiar/ cuidador.
Material e Métodos: Este artigo relata um ano de experiência de HD da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco no que diz respeito aos doentes com patologia oncológica.
Resultados/Discussão: No primeiro ano de HD, foram internados 99 doentes, sendo que 22,2% (n = 22) tinham patologia oncológica. Sessenta e quatro por cento eram do sexo masculino, média de idade 65,9 anos (±12,8). Tempo médio de internamento foi 6,8 dias (±3,4). Setenta e sete por cento tinham doença oncológica ativa. As principais neoplasias foram: 31,8% pulmão, 22,7% hematológica, 18,1% próstata e 13,6% mama. Destes, 58,8% sob quimioterapia e 17,6% tinham sido submetidos a cirurgia recente ou radioterapia. As principais comorbilidades foram: hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, síndrome da apneia obstrutiva do sono e dor crónica. Os principais motivos de internamento foram: neutropenia febril (36,3%), infeção respiratória (27,2%) e controlo da dor (13,6%). Faleceu um doente, um foi transferido para o hospital e três foram reinternados. Noventa dias após a alta, 63,6% não recorreram ao hospital.
Conclusão: O internamento em doentes com neoplasia é muito comum. Estes têm risco acrescido de adquirirem infeções intra-hospitalares, aumentando a mortalidade. A HD é vantajosa porque reduz as intercorrências e fornece maior qualidade de vida aos doentes, visto estarem a fazer tratamento qualificado na sua própria casa.