{"title":"\"Combinação possível de palavras\"","authors":"Daniel Lago Monteiro","doi":"10.35699/2317-2096.2021.26194","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é investigar o papel da linguagem em Robinson Crusoé e em Foe. Neste, as relações de dominação são minadas pela quase completa ausência de comunicação verbal entre Cruso e Sexta-Feira, que é mudo, aliado ao fracasso da personagem e narradora, Susan Barton, em tramar um enredo para sua história; naquele, o personagem e narrador habilmente manipula os signos verbais de modo a atribuir um novo significado à ilha deserta, assumindo controle sobre ela, semelhante ao domínio que irá exercer sobre os demais habitantes, sobretudo Sexta-Feira. Assim, neste artigo, procuraremos ligar alguns pontos entre o uso descritivo e denotativo da linguagem, próprio do realismo formal de Robinson Crusoé, e da missão colonizadora. Do mesmo modo, ao colocar a própria linguagem referencial em jogo, Foe oferece uma alternativa original e desafiadora sobre as possibilidades de se contrapor à herança colonial e suas formas narrativas.","PeriodicalId":30786,"journal":{"name":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aletria Revista de Estudos de Literatura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/2317-2096.2021.26194","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O objetivo deste artigo é investigar o papel da linguagem em Robinson Crusoé e em Foe. Neste, as relações de dominação são minadas pela quase completa ausência de comunicação verbal entre Cruso e Sexta-Feira, que é mudo, aliado ao fracasso da personagem e narradora, Susan Barton, em tramar um enredo para sua história; naquele, o personagem e narrador habilmente manipula os signos verbais de modo a atribuir um novo significado à ilha deserta, assumindo controle sobre ela, semelhante ao domínio que irá exercer sobre os demais habitantes, sobretudo Sexta-Feira. Assim, neste artigo, procuraremos ligar alguns pontos entre o uso descritivo e denotativo da linguagem, próprio do realismo formal de Robinson Crusoé, e da missão colonizadora. Do mesmo modo, ao colocar a própria linguagem referencial em jogo, Foe oferece uma alternativa original e desafiadora sobre as possibilidades de se contrapor à herança colonial e suas formas narrativas.