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Abstract
Construções de representações estão diretamente vinculados ao contexto vivido por determinadas comunidades. O objetivo desse estudo é analisar a relação entre a construção do mito em torno de Teófilo Benedicto Ottoni com os produtores rurais do Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais, entre os anos de 1890 e 1950. O Mucuri sofreu um processo de colonização tendo sua produção em grande escala baseada na produção do café e, posteriormente, na pecuária. O agrego foi a principal mão-de-obra das médias e grandes propriedades rurais, utilizada para o desmatamento ininterrupto em benefício da lavoura e do pasto. Essas atividades gerou riqueza para os proprietários rurais, mas não estimulava investimentos tecnológicos típico do modelo capitalista, trazendo através da imprensa uma representação da região ambígua, coexistindo prosperidade e ruína. Esta coexistência entre representações dúbias possibilitava construções no imaginário da elite rural favoráveis ao surgimento de representações que aglutinava esse antagonismo. Pode-se apontar como resultado da pesquisa que através do personagem Teófilo Ottoni construiu-se o mito no qual incorporava essa contradição entre o desenvolvimento e o atraso, a imagem do bandeirante moderno.
表征的构建与某些社区所经历的环境直接相关。本研究的目的是分析1890年至1950年间,围绕Teófilo Benedicto Ottoni的神话构建与米纳斯吉拉斯东北部Vale do Mucuri的农村生产者之间的关系。穆库里经历了一个殖民化过程,其大规模生产以咖啡生产为基础,后来又以牲畜为基础。阿格雷戈是中大型农村财产的主要劳动力,用于不间断的砍伐森林,以造福农作物和牧场。这些活动为农村业主创造了财富,但并没有刺激典型的资本主义模式的技术投资,通过媒体呈现了一个模糊的地区,繁荣与毁灭并存。这种可疑表征之间的共存使得农村精英的想象中的结构有利于凝聚这种对立的表征的出现。研究结果表明,通过狄奥菲路斯·奥托尼这个人物塑造了融合了这种发展与落后矛盾的神话,即现代班代兰特的形象。