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Abstract
Reconhecendo a importância do tempo presente na conformacao da historia ensinada e da concepcao moderna de historia como um todo, o texto delineia a historia desta centralidade, associada a tensao entre aproximacao inevitavel e necessidade de afastamento do enunciado historiografico em relacao a experiencia politica presente na qual esta inserido. Em um segundo movimento, e feita uma analise das perspectivas contemporâneas sobre a questao, levando em conta 1. a ampliacao do repertorio de sujeitos, objetos e metodos da historia, desde a segunda metade do seculo XX, questionando o paradigma eurocentrico e a ideia de Civilizacao que lhe e intrinseca; 2. a enfase no conceito de cidadania como mola mestra da historiografia escolar, cuja elasticidade e tributaria deste novo arsenal de experiencias e narrativas historicas; e 3. a cultura historica da atualidade e sua enfase presentista, desconfiada da possibilidade de projecao de futuros estaveis, mas com apreco pela memoria e pelo passado em circulacao social. Em suma, em face deste contexto de elaboracao, difusao e usos de narrativas historicas, o artigo problematiza o lugar ocupado pelo tempo presente em aulas de historia na escola, em seus limites e potencialidades. Por um lado, o tempo presente e tido como fundamental para conferir condicoes de inteligibilidade e producao de sentido historico, adequado aos objetivos pedagogicos da historia e seu proposito formador; por outro, apontam-se os limites de uma enfase exclusivamente centrada no presente, incapaz de permitir a experiencia do descentramento no tempo e a compreensao das permanencias, da dimensao cumulativa e da longa duracao historica. Palavras-chave: Historia – Estudo e Ensino. Historiografia. Tempo presente.