{"title":"Uma literatura do corpo em Perto do coração selvagem","authors":"Pâmela Nogarotto, Cristiano Geraldo de Sales","doi":"10.22456/1981-4526.116872","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este ensaio argumenta que o romance de estreia de Clarice Lispector, Perto do coração selvagem (1943), traz à tona uma literatura para ser experienciada com o corpo em seus vários níveis de criação, a saber, o corpo da personagem, Joana, o corpo do texto e o corpo do leitor. A noção de corpo que adotamos é a do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty. A concepção de texto e de linguagem aproveitamos de ensaios de Roland Barthes. Sem reduzir a leitura do romance a mero pretexto para verificação de intuições teóricas, defendemos que importantes traços de toda a trajetória da autora já estão tensionados nesse primeiro livro, sendo o principal deles o reconhecimento de que o alcance artístico da linguagem está em seu aparente fracasso. Fazemos isso por meio de leitura apurada do referido romance.","PeriodicalId":38454,"journal":{"name":"Nau Literaria","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Nau Literaria","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1981-4526.116872","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este ensaio argumenta que o romance de estreia de Clarice Lispector, Perto do coração selvagem (1943), traz à tona uma literatura para ser experienciada com o corpo em seus vários níveis de criação, a saber, o corpo da personagem, Joana, o corpo do texto e o corpo do leitor. A noção de corpo que adotamos é a do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty. A concepção de texto e de linguagem aproveitamos de ensaios de Roland Barthes. Sem reduzir a leitura do romance a mero pretexto para verificação de intuições teóricas, defendemos que importantes traços de toda a trajetória da autora já estão tensionados nesse primeiro livro, sendo o principal deles o reconhecimento de que o alcance artístico da linguagem está em seu aparente fracasso. Fazemos isso por meio de leitura apurada do referido romance.