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Abstract
Este artigo se propõe a discutir os modos pelos quais órgãos de imprensa, produzidos na Corte do Rio de Janeiro, entre 1821 e 1822, construíram narrativas para descrever e atribuir sentidos ao movimento de separação entre Brasil e Portugal. Parte dessas publicações valeu-se de expressões como «estado de Colônia» e «recolonização» para justificar e incentivar o rompimento com o Reino europeu. Outros periódicos, porém, mesmo indicando incompatibilidades entre propostas das Cortes e de províncias do Brasil, recusavam aquela premissa e a possibilidade de uma separação, até fins de 1822. A quase totalidade da produção historiográfica brasileira sobre o tema da Independência incorporou a «recolonização» como fato e não como versão política formulada por partidários da separação desde 1821, o que contribuiu para que uma interpretação, afinada com dirigentes da Corte do Rio de Janeiro, acabasse se transformando em «evidência» histórica, repetida à exaustão até hoje. Que interesses e concepções estariam na base desse entendimento?