Rochele Moura Prass, Ernani Mügge, Marinês Andrea Kunz
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Abstract
Investiga-se as relações entre baú, chave e memória no romance paraízo-paraguay, de Marcelo Labes, que conta a história de uma família radicada em um vilarejo de Santa Catarina. Olga, a matriarca, em delírios senis, relata a origem da família e os dois objetos se destacam na narrativa. No baú, ela guardara suas riquezas durante a Segunda Guerra. A chave que o abre, por sua vez, é mantida sob sua intensa guarda. O objetivo é analisar de que modo eles se relacionam com a memória e seu apagamento. Justifica-se o estudo pela necessidade social de refletir acerca da preservação de memórias em suas relações com a História e a Literatura, o que passa pelo campo da Psicanálise. As bases teóricas são conceitos de memória, no que tange à sua formação e ativação, os aspectos do apagamento da memória coletiva, bem como o modo pelo qual a literatura de testemunho se relaciona com o ato de rememorar. Analisa-se ambos os símbolos, baú e chave, face aos significados que eles podem assumir no desenvolvimento da narrativa. A abordagem é qualitativa, exploratória e o procedimento é bibliográfico. Interpreta-se que a chave, presente no início da trama, é o objeto que desencadeia o ato de rememorar; o baú perdido, um repositório de memórias coletivas. O baú é localizado anos após o falecimento de Olga, mas, sem a chave, que desaparece da narrativa quando a idosa falece, impede que os descendentes da matriarca, embora tenham acesso ao conteúdo do baú, compreendam as riquezas nele contidas.