{"title":"A cosmofania das realidades geográficas / The cosmophany of the geographical realities","authors":"A. Berque","doi":"10.22409/GEOGRAFICIDADE2017.72.A12977","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Interpreta-se aqui o \"litígio\" (Streit) que Heidegger vê entre a Terra e o Mundo em “L’Origine de l’œuvre d’art” (“A origem da obra de arte”) como o enquanto-que (als) que faz a substância terrestre sair de sua identidade de estentido-abaixo (hupokeimenon, subjectum) para desdobrar seu ser em direção a um predicado insubstancial que é um certo mundo – o Mundo, para nós como é o mundo. Esta assunção do sujeito (a Terra) enquanto um certo predicado – um mundo que ela, por conseguinte, abre – produz as realidades geográficas. Aqui, a obra de arte tem um papel de precursora. A ciência, por outro lado, não pára até que capte a identidade do sujeito (aquele do estudioso de Lógica, que não é outro senão que o objeto do físico). Pode-se ainda traçar uma tripla homologia no Streit: há um litígio entre Terra e Mundo como entre ciência e arte, assim que entre sujeito e predicado, litígio que engendra indefinidamente a realidade movente de um certo meio.","PeriodicalId":42031,"journal":{"name":"Geograficidade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2018-06-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Geograficidade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22409/GEOGRAFICIDADE2017.72.A12977","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"GEOGRAPHY","Score":null,"Total":0}
引用次数: 2
Abstract
Interpreta-se aqui o "litígio" (Streit) que Heidegger vê entre a Terra e o Mundo em “L’Origine de l’œuvre d’art” (“A origem da obra de arte”) como o enquanto-que (als) que faz a substância terrestre sair de sua identidade de estentido-abaixo (hupokeimenon, subjectum) para desdobrar seu ser em direção a um predicado insubstancial que é um certo mundo – o Mundo, para nós como é o mundo. Esta assunção do sujeito (a Terra) enquanto um certo predicado – um mundo que ela, por conseguinte, abre – produz as realidades geográficas. Aqui, a obra de arte tem um papel de precursora. A ciência, por outro lado, não pára até que capte a identidade do sujeito (aquele do estudioso de Lógica, que não é outro senão que o objeto do físico). Pode-se ainda traçar uma tripla homologia no Streit: há um litígio entre Terra e Mundo como entre ciência e arte, assim que entre sujeito e predicado, litígio que engendra indefinidamente a realidade movente de um certo meio.