M. Araújo, Ana Margarida Mosca, A. Carvalho, Joana Alves
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Abstract
INTRODUÇÃO: As infeções da pele e dos tecidos moles (IPTM) apresentam uma incidência crescente, sendo causa frequente de admissão em internamento. Assim, a gestão adequada destes doentes é de extrema importância no prognóstico, redução da duração do internamento e consequentemente dos custos associados.MÉTODOS E RESULTADOS: Realizou-se um estudo observacional retrospetivo com o objetivo de aferir qual a prática clínica, fatores de risco e mortalidade dos doentes internados por IPTM no Hospital de Braga. Foram incluídos 267 diagnósticos distintos. O isolamento microbiológico ocorreu na maioria das infeções necrotizantes e feridas cirúrgicas superficiais. Os agentes mais frequentes foram bactérias Gram positivo. Nas infeções necrotizantes 70% dos isolamentos era polimicrobiano. Os antibióticos mais utilizados nas infeções superficiais foram as penicilinas; contudo, 31,7% dos diagnósticos de erisipela e celulite foram medicados com antibioterapia de largo espectro. Nas infeções necrotizantes prevaleceu também a classe das penicilinas (a maioria de espectro alargado). De notar que nas infeções necrotizantes foram utilizadas sempre associações antibióticas. Na ferida cirúrgica destaca-se a vancomicina (55,6%). O tempo médio de antibioterapia variou entre 9-19 dias, com maior duração nas infeções profundas. Verificou-se uma maior percentagem de alteração antibiótica nas infeções necrotizantes (66,7%). O tempo médio para controlo de foco foi 40,8 horas. A taxa de mortalidade global foi de 9,7%.CONCLUSÃO: O diagnóstico de IPTM é clínico. A orientação terapêutica adequada é baseada em múltiplos fatores que conjugam o doente, o(s) agente(s) bacteriano(s) e o(s) antibiótico(s). Uma equipa multidisciplinar é essencial para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde prestados ao doente.