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Abstract
Na diversidade que compõe a tradição marxista – cujo ponto de conexão parece residir na perspectiva totalizante de compreensão da vida social e da história como um constructo humano atravessado por antagonismos e possibilidades concretas de transformação – o pensamento de Antonio Gramsci parece atestar atualidade e significativa relevância, na depuração destes tempos brutos, brutalmente desigual e exigente de lucidez, firmeza e organicidade teórica e política. Muitos estudiosos, jovens e mais experientes, no Brasil e no mundo, dedicam-se a compreender o pensamento e a vida deste autor e, a partir destas incursões, contestando as armadilhas dos dogmatismos e dos revisionismos, desvelar o presente, em sua dinamicidade e processualidade histórica. Para tanto, é necessário estabelecer como núcleo medular – mas não exclusivo – destas reflexões, a obra gramsciana; o tempo de Gramsci. Este texto – de natureza propedêutica ao estudo da obra gramsciana – é um esforço de síntese da apreensão das potencialidades e asperezas que peculiarizam os diálogos que construímos – enquanto sociedade e profissão – com o comunista sardo, os quais parecem conservar como fio de unidade, a conexão vital e necessária que a obra deste autor tem com os de baixo, na crítica radical e contumaz a este mundo terrível. Exatamente por procurar enfrentar tal esforço via apreensão do estabelecimento dos referidos diálogos, então travados por dentro da obra gramsciana, o presente texto assume a forma de uma carta – afinal, cartas costumam dizer muito sobre quem as recebe.