{"title":"Por que a crioulização aconteceu no Caribe e não no Brasil? Condicionamentos sócio-históricos","authors":"Dante Lucchesi","doi":"10.22409/GRAGOATA.2019N48A33628","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Com base em dados socioeconômicos, este artigo busca explicar por que a crioulização aconteceu de forma ampla no Caribe e não aconteceu de forma representativa e duradoura no Brasil. A partir daí, o artigo procura fazer algumas generalizações acerca da formação histórica dos chamados crioulos do Atlântico e da própria concepção do que sejam as línguas crioulas. A posição que orienta essa análise é a de que, para que ocorra a crioulização, é preciso que haja uma ruptura na transmissão linguística, o que possibilita uma forte redução e a reestruturação profunda de uma variedade de segunda língua, um pidgin, que, ao se nativizar, dá origem à língua crioula. Para que a pidginização ocorra, é preciso que a comunidade de falantes que vai desenvolver o pidgin seja submetida a um violento processo de segregação e isolamento, como aconteceu no Caribe, e, ao que tudo indica, não aconteceu no Brasil, em função da maior complexidade e das mediações que se observam na estrutura social do Brasil Colônia. Ao final, o artigo faz uma breve descrição dos aspectos linguísticos que diferenciam a crioulização de processos mais leves de transmissão linguística irregular, como o que aconteceu no Brasil.","PeriodicalId":40605,"journal":{"name":"Gragoata-UFF","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Gragoata-UFF","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22409/GRAGOATA.2019N48A33628","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Com base em dados socioeconômicos, este artigo busca explicar por que a crioulização aconteceu de forma ampla no Caribe e não aconteceu de forma representativa e duradoura no Brasil. A partir daí, o artigo procura fazer algumas generalizações acerca da formação histórica dos chamados crioulos do Atlântico e da própria concepção do que sejam as línguas crioulas. A posição que orienta essa análise é a de que, para que ocorra a crioulização, é preciso que haja uma ruptura na transmissão linguística, o que possibilita uma forte redução e a reestruturação profunda de uma variedade de segunda língua, um pidgin, que, ao se nativizar, dá origem à língua crioula. Para que a pidginização ocorra, é preciso que a comunidade de falantes que vai desenvolver o pidgin seja submetida a um violento processo de segregação e isolamento, como aconteceu no Caribe, e, ao que tudo indica, não aconteceu no Brasil, em função da maior complexidade e das mediações que se observam na estrutura social do Brasil Colônia. Ao final, o artigo faz uma breve descrição dos aspectos linguísticos que diferenciam a crioulização de processos mais leves de transmissão linguística irregular, como o que aconteceu no Brasil.