{"title":"Energia elétrica e diplomacia: relações Brasil-EUA no setor elétrico brasileiro, 1945-54","authors":"Alexandre Macchione Saes","doi":"10.4013/HIST.2020.242.06","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A compreensao do setor eletrico no Brasil em meados do seculo XX deve ser alcancada mediante a analise de suas relacoes diplomaticas. Em 1945, com o final da Segunda Guerra Mundial, a geracao e a distribuicao da energia eletrica no Brasil estavam nas maos de dois grupos privados internacionais, da empresa canadense Light e da norte-americana American & Foreign Company (Amforp), enquanto o governo ainda mantinha um papel muito limitado de atuacao direta no setor. Dependendo de financiamento para novos projetos, no intuito de atender a demanda crescente de energia numa economia em processo acelerado de industrializacao e urbanizacao, os governos de Eurico Gaspar Dutra (1946-50) e Getulio Vargas (1951-54) travaram importantes negociacoes, nao somente com as empresas eletricas, mas inclusive com instituicoes internacionais e o governo dos EUA. Eram negociacoes que exigiam definicao de qual seria o papel das empresas privadas estrangeiras na economia brasileira, qual o volume de financiamento necessario para a crescente demanda de energia e, finalmente, qual o grau de cooperacao tecnica entre paises para capacitar esses novos projetos. Num ambiente em que grupos nacionalistas questionavam a qualidade e os custos dos servicos dessas empresas estrangeiras, o governo brasileiro precisava estabelecer o dialogo entre empresas, sociedade e interesses estrangeiros. Em suma, o presente artigo pretende demostrar como a negociacao diplomatica tornou-se espaco decisivo tanto para a definicao da estrategia das empresas eletricas, como para a construcao do projeto de desenvolvimento do governo brasileiro.","PeriodicalId":42877,"journal":{"name":"Historia Unisinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2020-03-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Historia Unisinos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4013/HIST.2020.242.06","RegionNum":4,"RegionCategory":"历史学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A compreensao do setor eletrico no Brasil em meados do seculo XX deve ser alcancada mediante a analise de suas relacoes diplomaticas. Em 1945, com o final da Segunda Guerra Mundial, a geracao e a distribuicao da energia eletrica no Brasil estavam nas maos de dois grupos privados internacionais, da empresa canadense Light e da norte-americana American & Foreign Company (Amforp), enquanto o governo ainda mantinha um papel muito limitado de atuacao direta no setor. Dependendo de financiamento para novos projetos, no intuito de atender a demanda crescente de energia numa economia em processo acelerado de industrializacao e urbanizacao, os governos de Eurico Gaspar Dutra (1946-50) e Getulio Vargas (1951-54) travaram importantes negociacoes, nao somente com as empresas eletricas, mas inclusive com instituicoes internacionais e o governo dos EUA. Eram negociacoes que exigiam definicao de qual seria o papel das empresas privadas estrangeiras na economia brasileira, qual o volume de financiamento necessario para a crescente demanda de energia e, finalmente, qual o grau de cooperacao tecnica entre paises para capacitar esses novos projetos. Num ambiente em que grupos nacionalistas questionavam a qualidade e os custos dos servicos dessas empresas estrangeiras, o governo brasileiro precisava estabelecer o dialogo entre empresas, sociedade e interesses estrangeiros. Em suma, o presente artigo pretende demostrar como a negociacao diplomatica tornou-se espaco decisivo tanto para a definicao da estrategia das empresas eletricas, como para a construcao do projeto de desenvolvimento do governo brasileiro.