{"title":"A “veracidade” da “realidade”: world-making e world-faking","authors":"Eva Kimminich","doi":"10.11606/issn.1980-4016.esse.2022.198275","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este ensaio aborda a compreensão da problemática da percepção, da qual têm se ocupado filósofos, semioticistas e neurocientistas. Todos eles se concentram na relação entre percepção sensual, realidade no mundo da vida e cognição interpretativa, cada um com uma ênfase diferente. Contudo, todas as definições mostram unanimemente que a percepção só pode alguma vez expressar a ideia ou atitude de uma pessoa em relação ao mundo em que vive. A realidade e a verdade são, portanto, construções sociais e individuais. A fim de manter a visão socialmente acordada do mundo, o indivíduo ocupa assim uma posição importante, especialmente na sociedade da informação democrática pós-moderna e altamente individualizada. Nela, o indivíduo é um local para a criação e divulgação de significado. A fim de minar a construção social da realidade e do senso comum, influenciar a semiose é uma arma silenciosa e eficaz, transformando a construção do mundo na falsificação do mundo. Utilizando os resultados de análises de populismo de direita e mitos de conspiração dos últimos tempos, a autora resume a forma como tal influência é exercida nos meios de comunicação social através de plataformas e dos chamados canais alternativos de noticiários e que efeito têm sobre o indivíduo, bem como sobre a imagem socialmente acordada da realidade. Para tal, ela combina modelos sócio-construtivistas com modelos semióticos.","PeriodicalId":30062,"journal":{"name":"Estudos Semioticos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estudos Semioticos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2022.198275","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este ensaio aborda a compreensão da problemática da percepção, da qual têm se ocupado filósofos, semioticistas e neurocientistas. Todos eles se concentram na relação entre percepção sensual, realidade no mundo da vida e cognição interpretativa, cada um com uma ênfase diferente. Contudo, todas as definições mostram unanimemente que a percepção só pode alguma vez expressar a ideia ou atitude de uma pessoa em relação ao mundo em que vive. A realidade e a verdade são, portanto, construções sociais e individuais. A fim de manter a visão socialmente acordada do mundo, o indivíduo ocupa assim uma posição importante, especialmente na sociedade da informação democrática pós-moderna e altamente individualizada. Nela, o indivíduo é um local para a criação e divulgação de significado. A fim de minar a construção social da realidade e do senso comum, influenciar a semiose é uma arma silenciosa e eficaz, transformando a construção do mundo na falsificação do mundo. Utilizando os resultados de análises de populismo de direita e mitos de conspiração dos últimos tempos, a autora resume a forma como tal influência é exercida nos meios de comunicação social através de plataformas e dos chamados canais alternativos de noticiários e que efeito têm sobre o indivíduo, bem como sobre a imagem socialmente acordada da realidade. Para tal, ela combina modelos sócio-construtivistas com modelos semióticos.