P. R. D. Silva, Rafhaella Albuquerque Feitosa, M. Machado, T. Quirino, D. Correia, R. Wanderley, Carlos Dornels Freire de Souza
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Abstract
RESUMO Objetivo Descrever o perfil epidemiológico e analisar a tendência temporal da mortalidade por suicídio entre adolescentes (10-19 anos) do Nordeste brasileiro, no período de 2001 a 2015. Métodos Trata-se de estudo observacional, que teve como cenário a região Nordeste do Brasil. O período de estudo foi de 2001 a 2015. Consideraram-se as mortes por lesão autoprovocada intencionalmente (X60 a X84), intoxicação exógena de intenção indeterminada (Y10 a Y19) e sequela de lesões autoprovocadas intencionalmente (Y87.0), de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), de adolescentes de 10 a 19 anos. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, CID específico, estado de residência e taxa de mortalidade por suicídio/100.000 habitantes. Resultados Foram registrados 3.194 óbitos em decorrência de suicídio na faixa etária estudada, com predomínio do sexo masculino (62,1%; n = 1.984), faixa etária de 15 a 19 anos (84,8%; n = 2.707), raça/cor parda (65,4%; n = 2.090); entre quatro e sete anos de escolaridade (31,7%; n = 1.011) e no CID X70 (47,8%; n = 1.528). A tendência temporal de mortalidade foi crescente de 2001 a 2015 (APC: 2,4%; p < 0,01), com maiores taxas no sexo masculino. Observou-se tendência crescente da taxa de suicídios, no sexo masculino, em todo o período (AAPC: 2,9%; p < 0,01). No sexo feminino, identificou-se tendência decrescente a partir de 2004 (APC: -2,2%; p < 0,01). Conclusão O perfil epidemiológico foi caracterizado pelo sexo masculino, faixa etária de 15-19 anos, cor/raça parda e escolaridade média. A tendência apresentou padrão de crescimento no sexo masculino e declínio no feminino. Recomenda-se que políticas públicas sejam voltadas para a população adolescente.
期刊介绍:
O Jornal Brasileiro de Psiquiatria se insere em programas de educação continuada e atualização e tem como missão divulgar trabalhos de pesquisa (realizados em instituições brasileiras e estrangeiras) cujos resultados tenham potencial para a investigação e prática clínica no campo da Psiquiatria. Criado em 1938, foi publicado até 1950, sob o título “Anais do Instituto de Psiquiatria”, sem periodicidade regular.