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Abstract
Neste artigo, que se sustenta na Análise do Discurso materialista, refletimos sobre as intervenções propostas por Grada Kilomba, na carta de apresentação de seu livro Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Dividimos em três eixos suas intervenções: (i) que se volta para a terminologia e conceituação. São propostas outras formas de conhecimento implicadas também na ordem do dizer, tais como racialização, branquitude; (ii) que incide sobre a escrita, sobre a ortografia, sobre a letra. Em lugar de a ou o, introduz-se o x ou lança-se mão da barra inclinada indicando a ou o (queridxs, outra/o); (iii) que se assinala para a substituição de palavras, ou seja, indica-se o que se deve ou não dizer; por exemplo, escravizados em lugar de escravo. Estão em jogo, entre outros aspectos, a questão da linguagem inclusiva em confronto com posições discursivas que descartam a possiblidade de intervenção social sobre a língua; o confronto entre posições de saber sobre sujeitos e sociedade historicamente legitimadas e outras posições silenciadas; uma memória que sustenta posições dominantes assim como o que escapa à inscrição da memória. Com efeito, a luta na língua é um dos pontos sensíveis nesta carta (bem como no livro) para o qual voltamos nosso olhar.
在这篇文章中,基于对唯物主义话语的分析,我们反思了格拉达·Kilomba在他的书memorias da plantacao: episode de racismo cotidiano的介绍信中提出的干预措施。我们将他的干预分为三个轴:(i)转向术语和概念化。其他形式的知识也涉及到说的顺序,如种族化,白人;(ii)涉及写作、拼写和字母。代替a或o,插入x或用斜杠表示a或o (queridxs, other /o);(iii)指出词语的替换,即指出该说什么或不该说什么;例如,奴隶而不是奴隶。在其他方面,包容性语言的问题与排除社会干预语言可能性的话语立场相冲突;关于历史合法化的主体和社会的知识立场与其他沉默立场之间的对抗;一种占据主导地位的记忆,以及逃离记忆铭文的记忆。事实上,语言斗争是我们在这封信(和书中)中关注的敏感问题之一。