{"title":"A Agricultura Natural de Mokiti Okada: uma experimentação moral e política como fonte de inovação de ordem ecológica","authors":"J. Blanc, Paulo Eduardo Moruzzi Marques","doi":"10.36920/esa-v30n1-4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo veicula uma análise das trajetórias de desenvolvimento da Agricultura Natural no Brasil. Esta última é apoiada por diferentes organizações ligadas à Igreja Messiânica Mundial do Brasil, que consideram seu desenvolvimento como necessário para o advento do “Paraíso na Terra”, ou seja um mundo “sem doença, sem pobreza e sem conflito”, tal como projetado por Mokiti Okada, fundador deste movimento filosófico religioso nos anos 1930, no Japão. Seguindo os passos da filósofa Emilie Hache, este caso é abordado como uma potencial resposta prática à crise ecológica contemporânea, concebida como sendo simultaneamente de origem moral, política e epistemológica. O artigo destaca as trajetórias evolutivas muito diferentes dos dois principais sistemas de atividade agrícola desenvolvidos pelo movimento (horticultura e avicultura). Com efeito, ambos conhecem o mesmo conjunto de tensões, entre identidade do movimento e exigências religiosas, por um lado, e imperativos de desempenho técnico e financeiro, por outro. Essas tensões são resolvidas de formas muito diferentes em virtude das especificidades da horticultura e da avicultura no seio da Agricultura Natural. A análise permite assim sublinhar as contribuições e os limites desta dinâmica, mas também seu alcance muito além de suas próprias fronteiras, revelando o interesse que uma experimentação moral e política de natureza ecológica deste tipo representa para abordar as questões de desenvolvimento sustentável.elocation-id: e2230104Recebido: 13.08.2021 • Aceito: 08.02.2022 • Publicado: 23.02.2022Artigo original / Revisão por pares cega / Acesso aberto","PeriodicalId":33381,"journal":{"name":"Estudos Sociedade e Agricultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estudos Sociedade e Agricultura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36920/esa-v30n1-4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo veicula uma análise das trajetórias de desenvolvimento da Agricultura Natural no Brasil. Esta última é apoiada por diferentes organizações ligadas à Igreja Messiânica Mundial do Brasil, que consideram seu desenvolvimento como necessário para o advento do “Paraíso na Terra”, ou seja um mundo “sem doença, sem pobreza e sem conflito”, tal como projetado por Mokiti Okada, fundador deste movimento filosófico religioso nos anos 1930, no Japão. Seguindo os passos da filósofa Emilie Hache, este caso é abordado como uma potencial resposta prática à crise ecológica contemporânea, concebida como sendo simultaneamente de origem moral, política e epistemológica. O artigo destaca as trajetórias evolutivas muito diferentes dos dois principais sistemas de atividade agrícola desenvolvidos pelo movimento (horticultura e avicultura). Com efeito, ambos conhecem o mesmo conjunto de tensões, entre identidade do movimento e exigências religiosas, por um lado, e imperativos de desempenho técnico e financeiro, por outro. Essas tensões são resolvidas de formas muito diferentes em virtude das especificidades da horticultura e da avicultura no seio da Agricultura Natural. A análise permite assim sublinhar as contribuições e os limites desta dinâmica, mas também seu alcance muito além de suas próprias fronteiras, revelando o interesse que uma experimentação moral e política de natureza ecológica deste tipo representa para abordar as questões de desenvolvimento sustentável.elocation-id: e2230104Recebido: 13.08.2021 • Aceito: 08.02.2022 • Publicado: 23.02.2022Artigo original / Revisão por pares cega / Acesso aberto