Gabriela Machado Ramos de Almeida, Dieison Marconi
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Abstract
Nesse artigo propomos a noção de “romantismo de artifício” para designar modos de fabulação identificáveis em filmes queer brasileiros contemporâneos que são marcados, em sua narrativa e estética, por traços como o recurso ao clichê, a intertextualidade, a afetação, o exagero visual e a apropriação de repertórios audiovisuais populares e hegemônicos. Trabalhamos com os curtas-metragens Os últimos românticos do mundo (Henrique Arruda, 2020) e Looping (Maick Hannder, 2019), com o objetivo de situar o romantismo de artifício, em parte legível e em parte inominável, como rasura na ordem consensual do ideal do amor romântico, produzindo uma brecha para o político que se constrói: 1) como ação de microrresistência capaz de apontar para um lugar além da violência contra corpos queer e 2) pelas formas como os filmes colocam impasses nas clivagens entre Norte e Sul Global.