{"title":"\"Nosso gênero vem de Deus\"","authors":"Tatiana Clébicar Leite, Danielle Brasiliense","doi":"10.46391/alceu.v21.ed45.2021.58","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A sociedade brasileira passa por intensa discussão sobre “ideologia de gênero”, mobilizada por políticos religiosos que tomam a infância como objeto prioritário. Por isso, consideramos importante pensar produções narrativas evangélicas e católicas sobre gênero e sexualidade, em vídeos infantis publicados no YouTube. Ao analisar três produções que reiteram o binarismo de gênero como única possibilidade de existência, entendemos que esses discursos cristãos tentam desqualificar a problematização sobre a diversidade de gênero. Nosso objetivo é perceber como as culturas de segregação via ideias primárias sobre tabus e ordem social favorecem práticas discursivas conservadoras. Acreditamos que este alinhamento aos conceitos de pecado, pureza e impureza contribui para formas de violência contra quem assume identidades de gênero não-binárias, especialmente pessoas trans. Observamos que os vídeos defendem uma ideia de anormalidade dos sujeitos e acabam por autorizar, de certa maneira, a intolerância contra pessoas que não se alinham aos ideais cisgêneros e heteronormativos.","PeriodicalId":34036,"journal":{"name":"Alceu","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Alceu","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.46391/alceu.v21.ed45.2021.58","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A sociedade brasileira passa por intensa discussão sobre “ideologia de gênero”, mobilizada por políticos religiosos que tomam a infância como objeto prioritário. Por isso, consideramos importante pensar produções narrativas evangélicas e católicas sobre gênero e sexualidade, em vídeos infantis publicados no YouTube. Ao analisar três produções que reiteram o binarismo de gênero como única possibilidade de existência, entendemos que esses discursos cristãos tentam desqualificar a problematização sobre a diversidade de gênero. Nosso objetivo é perceber como as culturas de segregação via ideias primárias sobre tabus e ordem social favorecem práticas discursivas conservadoras. Acreditamos que este alinhamento aos conceitos de pecado, pureza e impureza contribui para formas de violência contra quem assume identidades de gênero não-binárias, especialmente pessoas trans. Observamos que os vídeos defendem uma ideia de anormalidade dos sujeitos e acabam por autorizar, de certa maneira, a intolerância contra pessoas que não se alinham aos ideais cisgêneros e heteronormativos.