{"title":"SE VOCÊ ESTÁ PROCURANDO A PRISÃO, VOCÊ ENCONTROU A TERRA","authors":"Adalton Marques","doi":"10.22456/1982-8136.125452","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo apresento um conjunto de formulações, enunciadas ou acionadas ao longo dos quarenta e cinco anos de existência da Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro-BA, a respeito das relações entre o processo de expropriação de terras disparado pela construção da barragem de Sobradinho e a expansão das periferias de Juazeiro e Petrolina-PE. A formulação que tomo como guia desse conjunto e que utilizo como título deste artigo me foi formulada por Marina Rocha Braga, agente desse serviço pastoral. Foi ela quem chamou a minha atenção para essas relações dizendo que o estudo das periferias e prisões dessas cidades exige a compreensão do cativeiro da terra. Na primeira parte deste artigo eu trato desse encontro com Marina e de seus desdobramentos iniciais, enquanto na segunda parte procuro evidenciar como esse problema levantado por ela se adensa em outras formulações feitas por agentes pastorais e por companheiras/os de comunidades atingidas por grandes projetos energéticos, mas também como se conecta a formulações mais antigas que também compõem ou foram acionadas pelo mesmo trabalho pastoral. Na terceira e última parte eu apresento cinco exemplos que me foram expostos por Marina para explicar o que é o cativeiro, e em seguida, arriscando uma generalização, indico como eles fornecem elementos para pensar as periferias urbanas de Juazeiro e Petrolina como cativeiros por excelência, bem como para organizar os dados que venho reunindo sobre a expansão prisional e policial nessas duas cidades.","PeriodicalId":30683,"journal":{"name":"Debates do NER","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-10-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Debates do NER","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1982-8136.125452","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo apresento um conjunto de formulações, enunciadas ou acionadas ao longo dos quarenta e cinco anos de existência da Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro-BA, a respeito das relações entre o processo de expropriação de terras disparado pela construção da barragem de Sobradinho e a expansão das periferias de Juazeiro e Petrolina-PE. A formulação que tomo como guia desse conjunto e que utilizo como título deste artigo me foi formulada por Marina Rocha Braga, agente desse serviço pastoral. Foi ela quem chamou a minha atenção para essas relações dizendo que o estudo das periferias e prisões dessas cidades exige a compreensão do cativeiro da terra. Na primeira parte deste artigo eu trato desse encontro com Marina e de seus desdobramentos iniciais, enquanto na segunda parte procuro evidenciar como esse problema levantado por ela se adensa em outras formulações feitas por agentes pastorais e por companheiras/os de comunidades atingidas por grandes projetos energéticos, mas também como se conecta a formulações mais antigas que também compõem ou foram acionadas pelo mesmo trabalho pastoral. Na terceira e última parte eu apresento cinco exemplos que me foram expostos por Marina para explicar o que é o cativeiro, e em seguida, arriscando uma generalização, indico como eles fornecem elementos para pensar as periferias urbanas de Juazeiro e Petrolina como cativeiros por excelência, bem como para organizar os dados que venho reunindo sobre a expansão prisional e policial nessas duas cidades.