CRIANDO TERRITÓRIOS EM RESISTÊNCIA: PERIFERIAS URBANAS, ECONOMIAS DIVERSAS E O PAPEL SOCIOECONÔMICO DE CRECHES E CRECHEIRAS EM SANTA LUZIA, DISTRITO FEDERAL
{"title":"CRIANDO TERRITÓRIOS EM RESISTÊNCIA: PERIFERIAS URBANAS, ECONOMIAS DIVERSAS E O PAPEL SOCIOECONÔMICO DE CRECHES E CRECHEIRAS EM SANTA LUZIA, DISTRITO FEDERAL","authors":"Shadia Husseini de Araújo, Júlia Taveira Rudy","doi":"10.22409/geographia2022.v24i52.a47289","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, defendemos a tese de que creches informais em periferias urbanas não ocupam meramente o espaço vazio deixado pela ausência do serviço público. Para além disso, creches e crecheiras podem desempenhar um papel fundamental na criação do que Raúl Zibechi chama de “territórios em resistência”. Ilustramos essa tese por meio de uma pesquisa sobre as creches localizadas no Setor de Chácaras Santa Luzia, no Distrito Federal. A análise desse estudo de caso fundamenta-se sobretudo nos conceitos de “territórios em resistência” (ZIBECHI, 2015) e de “economias diversas” (GIBSON-GRAHAM, 1998), nas repercussões desses conceitos em debates mais recentes sobre a periferia urbana, bem como no método etnográfico. Os resultados da pesquisa mostram que as crecheiras de Santa Luzia contribuem, por meio de seus projetos socioeconômicos, para a resistência contra os ataques causados pela expansão capitalista, ao mesmo tempo em que viabilizam a vida cotidiana na periferia urbana. Esses projetos baseiam-se majoritariamente em uma lógica familiar-comunitária centrada na figura da “mulher-mãe”. Desse modo, procuramos contribuir, neste artigo, com os debates acadêmicos que refletem sobre a criação e o funcionamento de “territórios em resistência”, bem como sobre as relações de gênero neles envolvidas. Adicionalmente, pretende-se também ampliar o debate sobre o papel social de creches informais em periferias urbanas.\nPalavras-chave: periferia urbana, territórios em resistência, economias diversas, creches informais, etnografia","PeriodicalId":41776,"journal":{"name":"GEOgraphia-UFF","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-03-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"GEOgraphia-UFF","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22409/geographia2022.v24i52.a47289","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"GEOGRAPHY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo, defendemos a tese de que creches informais em periferias urbanas não ocupam meramente o espaço vazio deixado pela ausência do serviço público. Para além disso, creches e crecheiras podem desempenhar um papel fundamental na criação do que Raúl Zibechi chama de “territórios em resistência”. Ilustramos essa tese por meio de uma pesquisa sobre as creches localizadas no Setor de Chácaras Santa Luzia, no Distrito Federal. A análise desse estudo de caso fundamenta-se sobretudo nos conceitos de “territórios em resistência” (ZIBECHI, 2015) e de “economias diversas” (GIBSON-GRAHAM, 1998), nas repercussões desses conceitos em debates mais recentes sobre a periferia urbana, bem como no método etnográfico. Os resultados da pesquisa mostram que as crecheiras de Santa Luzia contribuem, por meio de seus projetos socioeconômicos, para a resistência contra os ataques causados pela expansão capitalista, ao mesmo tempo em que viabilizam a vida cotidiana na periferia urbana. Esses projetos baseiam-se majoritariamente em uma lógica familiar-comunitária centrada na figura da “mulher-mãe”. Desse modo, procuramos contribuir, neste artigo, com os debates acadêmicos que refletem sobre a criação e o funcionamento de “territórios em resistência”, bem como sobre as relações de gênero neles envolvidas. Adicionalmente, pretende-se também ampliar o debate sobre o papel social de creches informais em periferias urbanas.
Palavras-chave: periferia urbana, territórios em resistência, economias diversas, creches informais, etnografia