{"title":"MINERAÇÃO E TERRITORIALIZAÇÃO DE EXCEÇÃO NA AMAZÔNIA: A GEOGRAFIA EM RUÍNAS DOS GRANDES PROJETOS","authors":"B. Malheiro","doi":"10.5216/BGG.V40.63183","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As trilhas do desenvolvimento por meio de grandes projetos minerais na Amazônia, para além dos discursos que as colocam num caminho de acertos, transformaram vidas humanas em objeto, mundos de vida em perigo e risco, transformando povos e comunidades tradicionais em entraves políticos e epistêmicos. Esses megaempreendimentos, nesses termos, ao se constituírem pelos signos da modernidade, criaram, e ainda criam, zonas de indiferença, espaços apagados da cartografia funcional ao (des)envolvimento. A tarefa deste artigo é transformar o espaço da memória dos grandes projetos minerais na Amazônia em um território em disputa, para se fazer ver ruínas onde só se enxergam grandes construções, para pensar que os processos de territorialização desses empreendimentos carregam claros recortes raciais e étnicos, o que torna outras territorialidades distintas da sua, expressões de vida politicamente matáveis e territorialmente invisíveis e dispensáveis.","PeriodicalId":52054,"journal":{"name":"Boletin Goiano de Geografia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2020-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Boletin Goiano de Geografia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5216/BGG.V40.63183","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"GEOGRAPHY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
As trilhas do desenvolvimento por meio de grandes projetos minerais na Amazônia, para além dos discursos que as colocam num caminho de acertos, transformaram vidas humanas em objeto, mundos de vida em perigo e risco, transformando povos e comunidades tradicionais em entraves políticos e epistêmicos. Esses megaempreendimentos, nesses termos, ao se constituírem pelos signos da modernidade, criaram, e ainda criam, zonas de indiferença, espaços apagados da cartografia funcional ao (des)envolvimento. A tarefa deste artigo é transformar o espaço da memória dos grandes projetos minerais na Amazônia em um território em disputa, para se fazer ver ruínas onde só se enxergam grandes construções, para pensar que os processos de territorialização desses empreendimentos carregam claros recortes raciais e étnicos, o que torna outras territorialidades distintas da sua, expressões de vida politicamente matáveis e territorialmente invisíveis e dispensáveis.