{"title":"Nascentes e meandros do Lete em Nietzsche","authors":"Antonio Edmilson Paschoal","doi":"10.1590/2316-82422021v4301aep","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Segundo a mitologia grega, quem beber ou tocar nas águas do Lete, um rio do Hades, esquece a existência anterior. O que pode ser, segundo Nietzsche (VM/OS 401, KSA.532), uma receita para o sofredor livrar-se do fardo de seu sofrimento, mas também um ato heroico de afirmação da vida. Assim, tanto a decisão de tocar - ou não - nas águas do Lete quanto os motivos para fazê-lo envolve a ambiguidade que é característica do termo “esquecimento” nos escritos do filósofo. Uma característica do conceito que diz respeito ao diálogo constante do filósofo com suas fontes, com as nascentes do conceito, e aos diferentes usos que faz dele, os meandros que produz. Dois campos de investigação, o da origem e o da forma, que têm em comum a possibilidade de interpretação, conforme veremos, a partir das ideias de assimilação e digestão.","PeriodicalId":31393,"journal":{"name":"Cadernos Nietzsche","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos Nietzsche","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/2316-82422021v4301aep","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Segundo a mitologia grega, quem beber ou tocar nas águas do Lete, um rio do Hades, esquece a existência anterior. O que pode ser, segundo Nietzsche (VM/OS 401, KSA.532), uma receita para o sofredor livrar-se do fardo de seu sofrimento, mas também um ato heroico de afirmação da vida. Assim, tanto a decisão de tocar - ou não - nas águas do Lete quanto os motivos para fazê-lo envolve a ambiguidade que é característica do termo “esquecimento” nos escritos do filósofo. Uma característica do conceito que diz respeito ao diálogo constante do filósofo com suas fontes, com as nascentes do conceito, e aos diferentes usos que faz dele, os meandros que produz. Dois campos de investigação, o da origem e o da forma, que têm em comum a possibilidade de interpretação, conforme veremos, a partir das ideias de assimilação e digestão.