Anabela Barreiro, Ida Rebelo-Arnold, J. Baptista, C. Mota, Isabel Garcez
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Abstract
Este artigo apresenta o processo de automatização de parafraseamento em português e conversão de construções típicas do registo informal ou da linguagem falada em construções de registo formal usadas na linguagem escrita. Ilustraremos o processo de automatização com exemplos extraídos do corpus e-PACT, que envolvem a colocação normalizada de pronomes clíticos quando co-ocorrem com compostos verbais. A tarefa consiste em parafrasear e normalizar, entre outras, construções como vou-lhe/posso-lhe fazer uma surpresa em vou/posso fazer\-lhe uma surpresa, em que o pronome clítico lhe migra de uma posição enclítica imediatamente a seguir ao primeiro verbo do composto verbal para uma posição enclítica a seguir ao verbo principal, que é o verbo responsável pela seleção do argumento pronominal. O primeiro verbo é um verbo auxiliar ou um verbo volitivo, e.g., querer. Este é um procedimento padronizado no processo de revisão em português europeu. Casos como este representam fenómenos linguísticos em que os estudantes de língua portuguesa e falantes em geral se confundem ou onde "tropeçam". O artigo enfatiza a língua padrão em que os fenómenos observados ocorrem, descreve exemplos de interesse encontrados no corpus e apresenta uma solução automática, baseada na aplicação de gramáticas transformacionais genéricas, que facilitam a normalização de inadequações ou falhas sintáticas (registos informais) encontradas nas construções pesquisadas em construções padronizadas típicas da escrita formal ou escrita profissional.