{"title":"Corpo a força de um poder","authors":"Sandra Helena Andrade de Oliveira, A. Pinheiro","doi":"10.13102/cl.v22iesp..7451","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A noção de pertencimento está relacionada com o espaço numa dimensão social, cultural e discursiva. O corpo é parte constitutiva dessa noção de pertencimento, pois individualiza e socializa os sujeitos na demonstração de existência. Desse modo, no texto de análise em Na colônia penal, o castigo do corpo é dilacerado pela máquina com o propósito de demonstrar o poder e a força dos que comandam e a fragilidade dos subalternos. Esse castigo corporal indica um certo desprezo pela consciência do sujeito e assim, artificializar a dor pela marca sangrenta de um espetáculo pautado em regras cujos atos neutralizam as marcas físicas, emocionais e sociais. Este artigo tem como propósito analisar o papel do corpo como símbolo dos sentimentos e das manifestações políticas de lutas do poder opressor. A pesquisa é de cunho bibliográfico, de natureza explicativa, abarcando o método teórico-analítico. Para essa discussão fundamenta-se nos trabalhos de autores tais como: Brandão (2013), Foucault (2018, 2014), Merleau-Ponty (1999), dentre outros. É importante ressaltar, que diante de um sistema opressor, nem sempre haverá mudanças. Isto porque a formação de uma sociedade está muitas vezes condicionada a ações que violam os direitos dos cidadãos, mas se normalizam com as práticas contínuas. Dentre elas, destacam-se aquelas relacionadas às políticas de execuções penais, o poder brutal no corpo e a mais relevante dentro do campo social, a ação de exclusão, que marca o sujeito de uma forma negativa, priva-o de todos os direitos e ainda tira a sua dignidade.","PeriodicalId":31908,"journal":{"name":"A Cor das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"A Cor das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/cl.v22iesp..7451","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A noção de pertencimento está relacionada com o espaço numa dimensão social, cultural e discursiva. O corpo é parte constitutiva dessa noção de pertencimento, pois individualiza e socializa os sujeitos na demonstração de existência. Desse modo, no texto de análise em Na colônia penal, o castigo do corpo é dilacerado pela máquina com o propósito de demonstrar o poder e a força dos que comandam e a fragilidade dos subalternos. Esse castigo corporal indica um certo desprezo pela consciência do sujeito e assim, artificializar a dor pela marca sangrenta de um espetáculo pautado em regras cujos atos neutralizam as marcas físicas, emocionais e sociais. Este artigo tem como propósito analisar o papel do corpo como símbolo dos sentimentos e das manifestações políticas de lutas do poder opressor. A pesquisa é de cunho bibliográfico, de natureza explicativa, abarcando o método teórico-analítico. Para essa discussão fundamenta-se nos trabalhos de autores tais como: Brandão (2013), Foucault (2018, 2014), Merleau-Ponty (1999), dentre outros. É importante ressaltar, que diante de um sistema opressor, nem sempre haverá mudanças. Isto porque a formação de uma sociedade está muitas vezes condicionada a ações que violam os direitos dos cidadãos, mas se normalizam com as práticas contínuas. Dentre elas, destacam-se aquelas relacionadas às políticas de execuções penais, o poder brutal no corpo e a mais relevante dentro do campo social, a ação de exclusão, que marca o sujeito de uma forma negativa, priva-o de todos os direitos e ainda tira a sua dignidade.