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Abstract
Neste ensaio, propomos discutir as questões éticas implicadas na relação tradutória, mais particularmente na chamada “versão”, ou seja, no traduzir-se para/no outro. Assim, propomos, primeiramente, revisitar uma certa tradição discursiva sobre as questões éticas do traduzir a partir da “virada ética” da Prova do estrangeiro (1984), de Antoine Berman, e seus desdobramentos em autores como Anthony Pym (1997), Lawrence Venuti (1993), Mona Baker (2019), Gayatri Spivak (1993, 2005) e Henri Meschonnic (2007). Em seguida, fazemos uma distinção entre as noções de estrangeiro e e/i-migrante para pensar uma prova do e/i-migrante no movimento do traduzir-se. Para distinguir o traduzir do traduzir-se, convocamos as questões da direcionalidade e da afetividade no/do sujeito-tradutor. Enfim, pensar uma relação ética do traduzir-se no/com/para o outro, do sair de si, afetar-se com/pelo outro, voltar a si e afetar o outro, comparece, no nosso ensaio, no ethos do e/i-migrante como paradigma desse movimento.