{"title":"Português como língua de acolhimento: relato de uma prática pedagógica dentro de uma perspectiva intercultural","authors":"Luciana Kool Modesto-Sarra","doi":"10.5007/1984-8420.2022.e83786","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho tem por objetivo trazer à reflexão os instrumentos utilizados para ensino-aprendizagem nas aulas de Português como Língua de Acolhimento, doravante PLAc, para migrantes e refugiados, oferecidas por uma instituição religiosa, designada de IR. A pesquisa é de base qualitativa e se propõe a responder sobre os aspectos culturais brasileiros que estão representados no exercício analisado, se o objeto de análise promove a interculturalidade e de que forma isso acontece. As discussões estão apoiadas nas teorizações de Amado (2011; 2013), Bizon; Camargo (2018), Lopez (2016), Anunciação (2017) e Maher (2007). Dentre o que foi observado, o exercício por si só está a serviço da gramática e traz um olhar estereotipado da mulher, porém, diante da mediação do professor, nesse caso voluntário, como se dá o ensino de PLAc atualmente no Brasil, foi possível a promoção de um diálogo intercultural, uma vez que os alunos puderam discutir e conhecer como vem sendo modificado o papel da mulher na sociedade brasileira. O Brasil, apesar de ter atraído um contingente de migrantes internacionais devido ao seu crescimento econômico no início do século XXI, não se mostra muito bem preparado para receber essa população. A língua de acolhimento deve possibilitar aos alunos migrantes e refugiados, principalmente, utilizar o português com agentividade. A ausência do serviço de formação pedagógica e políticas públicas voltadas às práticas do PLAc, que refletem o cenário atual brasileiro, impedem o emprego efetivo dos direitos humanos.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Working Papers em Linguistica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2022.e83786","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este trabalho tem por objetivo trazer à reflexão os instrumentos utilizados para ensino-aprendizagem nas aulas de Português como Língua de Acolhimento, doravante PLAc, para migrantes e refugiados, oferecidas por uma instituição religiosa, designada de IR. A pesquisa é de base qualitativa e se propõe a responder sobre os aspectos culturais brasileiros que estão representados no exercício analisado, se o objeto de análise promove a interculturalidade e de que forma isso acontece. As discussões estão apoiadas nas teorizações de Amado (2011; 2013), Bizon; Camargo (2018), Lopez (2016), Anunciação (2017) e Maher (2007). Dentre o que foi observado, o exercício por si só está a serviço da gramática e traz um olhar estereotipado da mulher, porém, diante da mediação do professor, nesse caso voluntário, como se dá o ensino de PLAc atualmente no Brasil, foi possível a promoção de um diálogo intercultural, uma vez que os alunos puderam discutir e conhecer como vem sendo modificado o papel da mulher na sociedade brasileira. O Brasil, apesar de ter atraído um contingente de migrantes internacionais devido ao seu crescimento econômico no início do século XXI, não se mostra muito bem preparado para receber essa população. A língua de acolhimento deve possibilitar aos alunos migrantes e refugiados, principalmente, utilizar o português com agentividade. A ausência do serviço de formação pedagógica e políticas públicas voltadas às práticas do PLAc, que refletem o cenário atual brasileiro, impedem o emprego efetivo dos direitos humanos.