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Abstract
O empresariamento da educação superior, preconizado pela racionalidade capitalista (toyotista/neoliberal) e impulsionado pelas novas tecnologias digitais, têm provocado o esfacelamento da fronteira entre trabalho e vida privada, elevando o estresse, o sofrimento e o adoecimento do trabalhador docente. Tendo em vista essa assertiva, a pesquisa tem por objetivo analisar os mecanismos empregados pela racionalidade empresarial, em ascensão no âmbito da educação superior, para ampliar o desempenho do trabalhador docente, de modo a sujeitá-los a jornadas extenuantes e a ritmos intensos de trabalho. Trata-se de um estudo exploratório, quanto aos objetivos, e bibliográfico, centrado no materialismo histórico-dialético, quanto aos procedimentos. Nesse sentido, a primeira seção versa sobre os mecanismos de “captura” e manipulação da subjetividade do trabalhador pelo modelo de gestão da produção aos moldes toyotistas e pela flexibilização dos direitos trabalhistas imposta pelo projeto hegemônico neoliberal. Na sequência, busca-se compreender o processo de expansão da racionalidade “empresarial competitiva” e de aprofundamento da ideologia do empreendedorismo no âmbito da educação superior. Para isso, tornam-se objetos de análise as tecnologias políticas de privatização (endógena e exógena) e as mudanças nas condições de trabalho docente, que, por sua vez, contribuem para a formação de uma subjetividade empresarial (produtivista e concorrencial). Por fim, analisam-se os mecanismos de implementação de uma cultura performativa, determinada pelo poder dos números e da lucratividade, cujas implicações recaem sobre a jornada de trabalho, os projetos de vida e a saúde física e emocional dos trabalhadores docentes da educação superior.