I. Santos, Susana Escária, Maria Piteira, Sofia Calçada, Diogo Canudo, Alicia Oliveira, Claudiu Guz, I. Lino
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Abstract
Introdução: São referenciados diariamente um elevado número de doentes, provenientes dos cuidados de saúde primários, ao serviço de urgência hospitalar. Este trabalho tem como objectivo identificar os principais motivos de referenciação, a abordagem no serviço de urgência e o destino destes doentes.
Material e Métodos: Estudo descritivo. Foram seleccionados todos os doentes provenientes dos cuidados de saúde primários (CSP), localizados na ARS Alentejo Central, referenciados ao serviço de urgência (SU) do Hospital Espírito Santo de Évora, triados para a especialidade de Medicina interna, no mês de Janeiro e Julho de 2017. Para realização da análise estatística utilizou-se o Speed Statistics® (SPSS).
Resultados: Aproximadamente 15% dos doentes admitidos no serviço de urgência são provenientes dos CSP e 50% destes são triados para a Medicina interna. Cerca de 57% dos doentes apresentam prioridade urgente e o motivo mais frequente de referenciação é a sintomatologia respiratória. Uma grande percentagem realiza exames complementares de diagnóstico. Verificou-se que 75% dos doentes admitidos tiveram alta para o domicílio, sendo que 25% não apresentava patologia aguda ou não foi feito diagnóstico no SU.
Discussão e Conclusão: São necessários mais estudos para identificar quais as lacunas no percurso do doente com patologia aguda e o que motiva a transferência dos doentes dos CSP ao SU. É preciso reflectir e mudar a estratégia, com o objectivo de melhorar a eficiência do sistema nacional de saúde, culminando num maior conforto para o doente. Seria ainda aliciante a formação de equipas multidisciplinares, de apoio aos CSP, para discussão de casos de patologia aguda e decisão de qual a melhor abordagem diagnóstica e terapêutica. Desta forma seria possível diminuir o consumo de recursos, criando uma abordagem mais centrada no doente.