Caio César Costa Ribeiro Mira, Ana Isabel Eltz Dornelles, Bruna Colares Rodrigues
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Abstract
O envelhecimento da população é uma realidade demográfica em todo o mundo. Tal cenário demanda atenção às questões de saúde que acometem população acima de 60 anos. Nesse quadro a Doença de Alzheimer (DA) se destaca por conta de seus prognósticos alarmantes por ser uma doença neurodegerativa sem cura (Mc Made; Bateman, 2017). No intuito de enfatizar o que acontece na interação com pessoas vivendo com DA e não somente destacar os déficits linguísticos, este artigo visa a analisar as narrativas orais que emergiram em uma interação com uma pessoa acometida pela DA. As entrevistas qualitativas (Mishler, 1986), a perspectiva de dimensões da narrativa preconizado por Ochs e Capps (2001) e o modelo de lâminas de análise de Biar, Orton e Bastos (2021) constituem o aparato teórico-metodológico para investigar os processos de construção de sentidos e a emergência de identidades sobre o papel materno na narrativa. Para alcançarmos esse objetivo, embasamo-nos, também, no conceito de frame de Goffman (1974). Os resultados evidenciam que, mesmo com as dificuldades causadas pela doença, a participante se manteve ativa na interação, trazendo discursos recorrentes na sociedade e demonstrando seu posicionamento em relação à sua concepção de maternidade, por meio do frame “filho é da mãe”.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Narrativas; Frames.