Julia Hatakeyama Joia, Janaína Lopes Diogo, Sthefânia Kurkdjian Restiffe de Carvalho, Cláudia Nabarro Munhoz
{"title":"Dar lugar à palavra: reverberações da clínica com imigrantes bolivianos num CAPS infantojuvenil","authors":"Julia Hatakeyama Joia, Janaína Lopes Diogo, Sthefânia Kurkdjian Restiffe de Carvalho, Cláudia Nabarro Munhoz","doi":"10.11606/issn.1981-1624.v27i3p346-363","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A chegada de crianças filhas de imigrantes bolivianos no CAPS infantojuvenil Mooca vem ocorrendo com maior frequência. Essas crianças chegam ao serviço com queixas de problemas do desenvolvimento, destacando-se atraso na fala e dificuldade na interação, muitos com a hipótese diagnóstica de autismo interrogada. Neste artigo, apresentaremos um grupo terapêutico com imigrantes, que possibilitou um espaço de acolhimento para crianças e famílias e a abertura para narrar e elaborar sobre vivências de sofrimento, desenraizamento e solidão. Buscaremos ampliar as leituras possíveis para os problemas do desenvolvimento apresentados pelas crianças, interrogando como podem estar relacionados à experiência de imigração e seus efeitos sociopolíticos na subjetividade. Por fim, discutiremos como a demanda social por diagnósticos responde à razão psiquiátrica contemporânea e não à demanda de cuidado e escuta das crianças.","PeriodicalId":33891,"journal":{"name":"Estilos da Clinica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estilos da Clinica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v27i3p346-363","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A chegada de crianças filhas de imigrantes bolivianos no CAPS infantojuvenil Mooca vem ocorrendo com maior frequência. Essas crianças chegam ao serviço com queixas de problemas do desenvolvimento, destacando-se atraso na fala e dificuldade na interação, muitos com a hipótese diagnóstica de autismo interrogada. Neste artigo, apresentaremos um grupo terapêutico com imigrantes, que possibilitou um espaço de acolhimento para crianças e famílias e a abertura para narrar e elaborar sobre vivências de sofrimento, desenraizamento e solidão. Buscaremos ampliar as leituras possíveis para os problemas do desenvolvimento apresentados pelas crianças, interrogando como podem estar relacionados à experiência de imigração e seus efeitos sociopolíticos na subjetividade. Por fim, discutiremos como a demanda social por diagnósticos responde à razão psiquiátrica contemporânea e não à demanda de cuidado e escuta das crianças.