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Abstract
O espaço desabitado desempenha um papel importante no imaginário moderno. Seu fascínio deriva do maravilhamento dos primeiros viajantes europeus a entrarem em contato com o Novo Mundo, e ele encontra uma de suas manifestações mais paradigmáticas na ilha deserta de Robinson Crusoé. Originalmente um espaço de abundância em que o indivíduo encontra uma oportunidade aparentemente ilimitada de se expandir, ele surge, no final do século XIX, como um território controlado e sombrio, de contornos distópicos. Neste artigo, discuto de que modos se dá essa virada negativa do espaço desabitado, primeiro em A ilha do Dr. Moreau (1896), de H. G. Wells, e depois no romance pós-apocalíptico A estrada (2006), de Cormac McCarthy. Desse modo, pretendo mostrar como a imagem do espaço desabitado se apresenta em diferentes momentos da modernidade e como ela está ligada à maneira como pensamos nossa posição no mundo.
无人居住的空间在现代想象中扮演着重要的角色。他的魅力源于第一批接触新世界的欧洲旅行者的奇迹,他在荒岛鲁滨逊漂流记上发现了自己最典型的表现之一。最初是一个丰富的空间,个人在其中找到了一个看似无限的扩张机会,但在19世纪末,它出现了一个具有反乌托邦轮廓的受控和阴暗的领域。在这篇文章中,我讨论了无人居住空间的这种负面转变是如何发生的,首先是在H.G.Wells的《A ilha do Dr.Moreau》(1896)中,然后是在Cormac McCarthy的后启示录小说《A estrada》(2006)中。因此,我打算展示无人居住空间的形象是如何在现代性的不同时刻呈现出来的,以及它是如何与我们思考自己在世界上的地位联系在一起的。