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Abstract
Os desdobramentos da pandemia de Covid19 também afetaram bastante as relações intergeracionais no Brasil. Da ênfase na percepção do risco à necessidade de cuidado, relacionados principalmente aos idosos, a crise sanitária proporcionou espaço não apenas para questões sobre determinantes sócio-históricas das gerações, mas também para a estreita relação entre as idades e as principais políticas de saúde para controlar o problema. Especialmente para os jovens, a inesperada extensão do período de isolamento social desencadeou diversos problemas - como problemas relacionados à saúde mental, e o aumento no desemprego - apontados como decisivos para “escapar” do isolamento social e “voltar à vida normal”, mesmo que haja um risco iminente de contaminação. No Brasil, isto logo provocou uma acelerada subida nas mortes e infecções pela doença entre os mais jovens. O artigo aborda algumas questões surgidas na Sociologia das Idades e na Sociologia da Saúde em relação ao debate em torno das noções de risco e cuidado entre os mais jovens e mais velhos, a partir das consequências da pandemia de Covid-19 no Brasil.