{"title":"Da franqueza do tudo-dizer à liberdade do falar francamente: parresia e subjetividade no discurso de Donald Trump","authors":"Antonio Genário Pinheiro dos Santos","doi":"10.22297/DL.V6I2.2686","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Na optica de uma leitura discursiva, este trabalho tem como objetivo discutir os efeitos de parresia e a operacao de subjetividade no discurso de Donald Trump. Atenta-se para a discursividade e para a evidencia do dizer no escopo de regimes de verdade, estrategicamente trazidas no cerne do acontecimento discursivo da eleicao presidencial norte-americana de 2016. O estudo referencia as contribuicoes de Michel Pecheux na articulacao com os postulados de Michel Foucault, permitindo a discussao acerca da constituicao historico-social e, portanto, discursiva do sentido enquanto efeito e do discurso enquanto espaco de descontinuidade e de dispersao. Na proficuidade metodologica do batimento entre descricao e interpretacao, sao analisadas afirmacoes compositas de Donald Trump, mobilizadas durante o periodo de disputa politico-eleitoral e que fomentaram a visibilidade midiatica em torno de suas promessas de campanha e da afirmacao de seu programa de governo. Ao considerar as manobras e taticas que inscrevem a constituicao e a circulacao de um discurso de veridiccao, as analises apontam para a necessidade de se atribuir um olhar para os regimes que instituem e oferecem a verdade e para os modos de subjetivacao que, no cerne da atividade politica, convocam efeitos de parresia, reclamando do sujeito politico um trabalho de si ligado ao tudo-dizer e ao franco-falar.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":"6 1","pages":"214-231"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2017-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/DL.V6I2.2686","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Na optica de uma leitura discursiva, este trabalho tem como objetivo discutir os efeitos de parresia e a operacao de subjetividade no discurso de Donald Trump. Atenta-se para a discursividade e para a evidencia do dizer no escopo de regimes de verdade, estrategicamente trazidas no cerne do acontecimento discursivo da eleicao presidencial norte-americana de 2016. O estudo referencia as contribuicoes de Michel Pecheux na articulacao com os postulados de Michel Foucault, permitindo a discussao acerca da constituicao historico-social e, portanto, discursiva do sentido enquanto efeito e do discurso enquanto espaco de descontinuidade e de dispersao. Na proficuidade metodologica do batimento entre descricao e interpretacao, sao analisadas afirmacoes compositas de Donald Trump, mobilizadas durante o periodo de disputa politico-eleitoral e que fomentaram a visibilidade midiatica em torno de suas promessas de campanha e da afirmacao de seu programa de governo. Ao considerar as manobras e taticas que inscrevem a constituicao e a circulacao de um discurso de veridiccao, as analises apontam para a necessidade de se atribuir um olhar para os regimes que instituem e oferecem a verdade e para os modos de subjetivacao que, no cerne da atividade politica, convocam efeitos de parresia, reclamando do sujeito politico um trabalho de si ligado ao tudo-dizer e ao franco-falar.