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Abstract
Ao escrever A condição humana, Hannah Arendt realiza duas grandes tarefas: 1) explicita alguns de seus princípios políticos e 2) faz uma leitura crítica da nossa tradição a fim de compreender a atual situação de decadência política. Dado o fato de nos encontrarmos frente à falência dos antigos princípios que regiam a vida pública, Arendt entende ser preciso que se busque por novos critérios e princípios políticos no lugar de repetir aqueles do passado. Neste trabalho, dou foco à tarefa arendtiana de compreensão do nascimento e gênese da nossa antiga tradição política a fim de pensar quais são os elementos que levaram à perda de dignidade da política e de sua decadência até os regimes totalitários e antipolíticos do século XX. Sob tais aspectos, defendo que a fenomenologia arendtiana procede tanto através de um desmantelamento genealógico da vita activa, quanto fazendo suas distinções conceituais. Minha proposta não é desenvolver, neste espaço, os passos fenomenológicos de Arendt, mas de apontar para esta via interpretativa, isto é, proponho uma leitura de A condição humana através do duplo aspecto de crítica da decadência da política junto a um apelo para se pensar uma nova moldura conceitual para o pensamento político. Nesse sentido, meu trabalho se coloca na posição mais de apresentar uma possibilidade de leitura do que descortinar os elementos que ela possa propiciar; isso significa que não vou em direção propriamente à novidade da teoria política arendtiana, mas dou ênfase em parte de seu método fenomenológico.