{"title":"O desmedido momento e a montagem da cena nas bordas da fabulação e do inesperado em Jacques Rancière","authors":"Ângela Cristina Salgueiro Marques","doi":"10.5380/dp.v19i3.85930","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto realiza uma revisão de literatura em torno dos principais aspectos que envolvem a construção da cena dissensual em Jacques Rancière, evidenciando como a potência fabulativa da racionalidade ficcional produz momentos quaisquer que perturbam os encadeamentos consensuais de ações, gestos, existências e experiências. A partir da produção de intervalos e liminaridades, é possível reconfigurar temporalidades e espacialidades a fim de desestabilizar e desierarquizar as relações de dominação e propor outros imaginários. O momento qualquer suspende a ordem corriqueira do tempo, redispõe o visível, as ações e as formas como as coisas e os seres aparecem, a maneira habitual de ocupar um espaço, a forma de identificar-se como indivíduo e de inscrever-se nas relações. Assim, a cena de dissenso, tomada como singularidade e como operação a partir da qual se pode produzir momentos de rêverie (devaneio fabulador) que fraturam imaginários consensuais, altera o modo como lemos, vemos e ouvimos o outro e o mundo a nosso redor. Argumentamos que a cena realiza uma desmontagem das explicações previsíveis, deslocando consensos e oferecendo um imaginário antihierárquico e no qual coexistem múltiplos tempos, espaços e existências.","PeriodicalId":34455,"journal":{"name":"DoisPontos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-05-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"DoisPontos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/dp.v19i3.85930","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este texto realiza uma revisão de literatura em torno dos principais aspectos que envolvem a construção da cena dissensual em Jacques Rancière, evidenciando como a potência fabulativa da racionalidade ficcional produz momentos quaisquer que perturbam os encadeamentos consensuais de ações, gestos, existências e experiências. A partir da produção de intervalos e liminaridades, é possível reconfigurar temporalidades e espacialidades a fim de desestabilizar e desierarquizar as relações de dominação e propor outros imaginários. O momento qualquer suspende a ordem corriqueira do tempo, redispõe o visível, as ações e as formas como as coisas e os seres aparecem, a maneira habitual de ocupar um espaço, a forma de identificar-se como indivíduo e de inscrever-se nas relações. Assim, a cena de dissenso, tomada como singularidade e como operação a partir da qual se pode produzir momentos de rêverie (devaneio fabulador) que fraturam imaginários consensuais, altera o modo como lemos, vemos e ouvimos o outro e o mundo a nosso redor. Argumentamos que a cena realiza uma desmontagem das explicações previsíveis, deslocando consensos e oferecendo um imaginário antihierárquico e no qual coexistem múltiplos tempos, espaços e existências.