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Abstract
O artigo parte do pressuposto de que pensar a adolescência é também refletir sobre os impasses no laço social, incluindo-se aí o laço educativo e os discursos que o constituem. Sustenta que, no contexto escolar brasileiro, os laços dos adolescentes com a família e com a escola são muitas vezes marcados pela condição de vulnerabilidade social e por discursos educativos atravessados por especialismos e por exigências produtivistas. Esses sujeitos adolescentes são assim silenciados e tal condição de desamparo discursivo incide sobre o trabalho da adolescência dificultando a passagem do discurso infantil referido à família para os discursos sociais referidos ao Outro social. Defende que o sofrimento psíquico desses adolescentes é sociopolítico, ou seja, diz respeito aos impasses provenientes dos lugares que ocupam no laço social e nos discursos dominantes, de modo que o seu tratamento deve se dar também na dimensão do coletivo. Aborda alguns extratos de uma pesquisa sobre as ocupações das escolas ocorridas entre 2015 e 2017 em todo o Brasil para pensar sobre o trabalho da adolescência e um tratamento possível aos impasses no laço social que se apresentam na escola em nosso contexto contemporâneo.