{"title":"A narração da genealogia atravessada pelo trauma da escravidão em Françoise Ega e Carolina Maria de Jesus","authors":"M. C. Machado","doi":"10.17058/signo.v48i92.18179","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo discute a reelaboração do trauma por meio das narrativas autobiográfica de Françoise Ega e Carolina Maria de Jesus em Le temps des madras e o Quarto de despejo respectivamente. O texto parte de uma breve reflexão sobre as dificuldades de reconstrução genealógica operada pela escrita autobiográfica de autoria negra em função das ausências experimentadas pelas famílias de ex escravizados em retraçar suas linhagens. A partir de tal constatação, relacionada à diáspora africana nas Américas, o artigo analisa maneiras em que as narrativas de Françoise Ega e de Carolina Maria de Jesus recorrem à fabulação literária para reestruturar suas linhagens genealógicas. Assim, conclui-se que a utilização da fabulação literária opera tanto como fator de resiliência no confronto com os traumas da escravidão e de suas consequências na contemporaneidade, quanto como elemento de reedificação de linhagens ancestrais.","PeriodicalId":30243,"journal":{"name":"Signo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Signo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18179","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo discute a reelaboração do trauma por meio das narrativas autobiográfica de Françoise Ega e Carolina Maria de Jesus em Le temps des madras e o Quarto de despejo respectivamente. O texto parte de uma breve reflexão sobre as dificuldades de reconstrução genealógica operada pela escrita autobiográfica de autoria negra em função das ausências experimentadas pelas famílias de ex escravizados em retraçar suas linhagens. A partir de tal constatação, relacionada à diáspora africana nas Américas, o artigo analisa maneiras em que as narrativas de Françoise Ega e de Carolina Maria de Jesus recorrem à fabulação literária para reestruturar suas linhagens genealógicas. Assim, conclui-se que a utilização da fabulação literária opera tanto como fator de resiliência no confronto com os traumas da escravidão e de suas consequências na contemporaneidade, quanto como elemento de reedificação de linhagens ancestrais.
本文通过francoise Ega和Carolina Maria de Jesus在《马德拉斯时代》和《驱逐室》中的自传体叙事,探讨创伤的重新阐述。本文首先简要反思了由黑人作者的自传体写作所操作的谱系重建的困难,这是由于前奴隶家庭在追溯他们的谱系时所经历的缺席。基于这一发现,与在美洲的非洲侨民有关,本文分析了francoise Ega和Carolina Maria de Jesus的叙事如何诉诸文学虚构来重组他们的谱系。因此,我们得出结论,文学寓言的使用既是一种恢复力的因素,以对抗奴隶制的创伤及其在当代的后果,也是重建祖先血统的一个元素。