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Abstract
No Brasil do começo da década de 1970, sob o governo de Emílio Garrastazu Médici, consolidava-se o processo de modernização conservadora, dentro do qual a produção cultural de esquerda ficou marcada pela ambiguidade. A atuação dos artistas era tensionada, simultaneamente, pela repressão política (incluindo a censura) e pela expansão da indústria cultural que, segundo Marcelo Ridenti, “deu emprego e bons contratos aos artistas, inclusive aos de esquerda, com o próprio Estado atuando como financiador de produ- ções artísticas e criador de leis protecionistas aos empreendimentos culturais nacionais”.2 A relação entre cineastas de esquerda e a televisão é um capítulo interessante dessa história, sobretudo no caso das produções de documentá- rios para a TV Globo, rede hegemônica no país. Sua expansão nos primeiros anos da década de 1970 constituiu um ponto importante de discussão no meio cinematográfico.3 A empresa vivia uma escalada nos índices de audiência e faturamento, indicando que a televisão brasileira caminhava para uma afirmação econômica plena, tornando-se “vetor fundamental no avanço para integrar o país como mercado”.4 Se as relações entre cinema e televisão vinham sendo discutidas desde o final dos anos 1950, como diz Arthur Autran, foi somente na década de 1970 que as negociações entre esses âmbitos audiovisuais tomaram corpo.