{"title":"Shoah, de Claude Lanzmann","authors":"Fábio Ávila Arcanjo","doi":"10.20396/cel.v63i00.8665158","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo objetiva mobilizar algumas categorias importantes para analisar o documentário Shoah, dirigido por Claude Lanzmann e lançado nos cinemas em 1985. A estruturação do filme se dá por meio das interações realizadas entre o documentarista e os atores sociais, que integram a relação tripartite – vítimas, perpetradores e testemunhas oculares – discutida pelo historiador americano Raul Hilberg. Embora o filme convoque entrevistados que participam das três categorias, nosso artigo privilegiará aqueles que pertencem à condição de vítimas. O que iremos observar é a relação existente entre a enunciação fílmica pautada pela rememoração do trauma, junto às categorias da melancolia e do luto. Discutiremos se os sobreviventes dos campos de extermínio, que participam do documentário, podem ser pensados como sujeitos melancólicos, acionando uma categoria subjetiva trabalhada por Giorgio Agamben (2008), a saber, o muçulmano. Além disso, problematizaremos o equacionamento existente entre o trabalho de luto e a perlaboração do passado, tomando como ponto de partida o acionamento do dever de transmissão dos retornantes.","PeriodicalId":41751,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Linguisticos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Estudos Linguisticos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/cel.v63i00.8665158","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo objetiva mobilizar algumas categorias importantes para analisar o documentário Shoah, dirigido por Claude Lanzmann e lançado nos cinemas em 1985. A estruturação do filme se dá por meio das interações realizadas entre o documentarista e os atores sociais, que integram a relação tripartite – vítimas, perpetradores e testemunhas oculares – discutida pelo historiador americano Raul Hilberg. Embora o filme convoque entrevistados que participam das três categorias, nosso artigo privilegiará aqueles que pertencem à condição de vítimas. O que iremos observar é a relação existente entre a enunciação fílmica pautada pela rememoração do trauma, junto às categorias da melancolia e do luto. Discutiremos se os sobreviventes dos campos de extermínio, que participam do documentário, podem ser pensados como sujeitos melancólicos, acionando uma categoria subjetiva trabalhada por Giorgio Agamben (2008), a saber, o muçulmano. Além disso, problematizaremos o equacionamento existente entre o trabalho de luto e a perlaboração do passado, tomando como ponto de partida o acionamento do dever de transmissão dos retornantes.