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Abstract
Com o avanço dos discursos de ódio, da disseminação de notícias falsas e da valorização dos interesses econômicos, mesmo nas relações interpessoais, chama a atenção a presença do Papa Francisco, que mobiliza regimes de verdade e de crença baseados na construção de um pertencimento coletivo e na adesão sensível aos valores dele. Interessa-nos compreender como esse corpo é construído tanto do ponto de vista do plano da expressão — com formas circulares — quanto do ponto de vista do plano do conteúdo — com estratégias discursivas que borram os limites entre enunciador e enunciatário, figurativizados no discurso religioso como pastor e fiéis. Articulando as cifras tensivas (ZILBERBERG, 2011) aos percursos da elipse dos regimes de interação (LANDOWSKI, 2014), o presente estudo analisa um conjunto de discursos do e sobre Francisco para compreender como a mobilização do sensível ocupa uma posição central nas estratégias do fazer persuasivo do Papa argentino. Nossa hipótese é a de que o Papa Francisco desloca a construção do sagrado como verdade dogmática para a do sagrado como vivência e partilha sensível e coletiva de uma fé que deve transformar as relações de poder na sociedade.