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Abstract
Neste artigo, verifica-se como a literatura científica tem descrito a comunicação digital a partir das estruturas linguísticas que lhe são típicas. Aprofunda-se a reflexão sobre as interações online, distinguindo-as da fala e da escrita convencionais. Por fim, identificam-se alguns avanços científicos sobre o assunto desenvolvidos no Brasil a partir da língua portuguesa, além de pontos que requerem maior atenção. Para isso, desenvolve-se uma revisão crítica de literatura e se comenta sobre diferentes investigações realizadas sobre a comunicação na Web. Acredita-se, pois, ser necessário tratar as interações digitais como uma modalidade distinta da fala e da escrita convencionais, visto que, apesar de apresentarem traços comuns com uma ou outra modalidade, também contêm características que lhes são particulares. Defende-se também que as estruturas linguísticas sejam consideradas componentes essenciais na caracterização das instâncias comunicativas, desde aspectos grafemáticos até questões da sintaxe, reconhecendo a centralidade da variação linguística para a compreensão da prática discursiva. Finalmente, reconhece-se que no Brasil encontram-se trabalhos que partem de diferentes graus de entendimento da natureza dos textos digitais, mas parecem predominar aqueles que buscam descrever a comunicação na Web como mais próxima da fala ou da escrita convencional, ao contrário das recomendações de muitas pesquisas sobre as interações online.