{"title":"Leitura oral: uma variável facilitadora de compreensão","authors":"Márcia Regina Melchior Landim, O. C. Flores","doi":"10.28998/2317-9945.2019n63p23-36","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste relato de pesquisa, leitura e compreensao leitora sao consideradas duas atividades cognitivas distintas, nao redutiveis nem identicas, fundamentando-se tal posicao em pesquisas neurocientificas que comprovaram que ler, em sentido estrito, e decodificar (DEHAENE, 2007, 2012; MORAIS, 2014; SCLIAR-CABRAL, 2009, 2013), atestando esses estudos, tambem, que decodificar nao implica compreender (NATION, 2013). Pode-se ler o texto escrito de dois modos: silenciosamente ou em voz alta, sendo necessario considerar, ainda, embora nao seja esta objeto do presente estudo, a leitura de imagens (KRESS & van LEEUWEN, 1996; MAYER, 2001). No Brasil, entre as duas modalidades de leitura da escrita, a mais praticada e a silenciosa. Hoje, contudo, os problemas de leitura – interpretacao e compreensao – entre estudantes de todos os niveis (do fundamental ao universitario), evidenciados nas avaliacoes de leitura – Prova Brasil, Prova ANA, SAEB, PISA – levaram a que a leitura em voz alta e sua associacao com a compreensao voltasse a ser investigada. Em vista disso, no primeiro semestre de 2016, propos-se um estudo exploratorio enfocando uma pratica de leitura oral, para verificar quais as possiveis dificuldades evidenciadas em um grupo de academicos de letras de uma IES do RS e analisar se pareciam configurar a possibilidade de um disturbio cerebral ou se apenas indicavam falta de pratica de leitura, para fins academicos. Os sujeitos foram expostos a leitura silenciosa, producao de parafrase, leitura em voz alta e gravacao da leitura, seguida de analise. O objetivo foi levar os participantes a monitorar o desempenho do grupo por meio de tres criterios: diccao, ritmo e entonacao, como proposto por Poersch e Muneroli (1993). Os resultados do trabalho evidenciaram que a leitura oral pode ser uma pratica produtiva e eficaz, tendo sua realizacao promovido envolvimento com a atividade e melhorado a performance dos academicos participantes. Oral Reading: a variable that facilitates comprehension In this research report reading and reading comprehension are understood as distinct cognitive activities, which are non-reducible and non-identical, according to neuroscientific studies that have proved that reading means, in a strict sense, decoding (DEHAENE, 2007, 2012; MORAIS, 2014; SCLIAR-CABRAL, 2009, 2013), and decoding, also according to these studies, does not imply understanding (NATION, 2013). There are two ways of reading the written text: silently, out loud, and also – although it is not within the scope of this study – the possibility of reading images (KRESS & van LEEUWEN, 1996; MAYER, 2001). In Brazil, the most practiced modality is the silent one. Nowadays, however, the issues related to reading interpretation and comprehension, which involve students at all levels – from elementary to higher education – evidenced in reading assessments – Prova Brasil, Prova ANA, SAEB, PISA – renewed the interest in the research on reading aloud and its association with comprehension. With that in mind, in the first semester of 2016, it was conducted a study focusing on the oral reading practice, in order to verify the possible difficulties face by a group of undergraduate languages students from a higher education institution of Rio Grande do Sul and to analyze if they seemed have any brain disorder or if they only indicated lack of reading practice for academic purposes. The subjects were exposed to silent reading, paraphrase production, reading aloud and recording the reading, followed by analysis. The objective was to monitor their performance through the following criteria: diction, rhythm, and intonation, as proposed by Poersch e Muneroli (1993).The results showed that oral reading can be a productive and efficient practice, since it has improved the engagement and the performance of the participating students regarding the reading activity. Keywords: Silent reading. Oral reading. Interpretation and comprehension DOI: 10.28998/2317-9945.2019n63p23-36","PeriodicalId":33154,"journal":{"name":"Leitura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Leitura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.28998/2317-9945.2019n63p23-36","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Neste relato de pesquisa, leitura e compreensao leitora sao consideradas duas atividades cognitivas distintas, nao redutiveis nem identicas, fundamentando-se tal posicao em pesquisas neurocientificas que comprovaram que ler, em sentido estrito, e decodificar (DEHAENE, 2007, 2012; MORAIS, 2014; SCLIAR-CABRAL, 2009, 2013), atestando esses estudos, tambem, que decodificar nao implica compreender (NATION, 2013). Pode-se ler o texto escrito de dois modos: silenciosamente ou em voz alta, sendo necessario considerar, ainda, embora nao seja esta objeto do presente estudo, a leitura de imagens (KRESS & van LEEUWEN, 1996; MAYER, 2001). No Brasil, entre as duas modalidades de leitura da escrita, a mais praticada e a silenciosa. Hoje, contudo, os problemas de leitura – interpretacao e compreensao – entre estudantes de todos os niveis (do fundamental ao universitario), evidenciados nas avaliacoes de leitura – Prova Brasil, Prova ANA, SAEB, PISA – levaram a que a leitura em voz alta e sua associacao com a compreensao voltasse a ser investigada. Em vista disso, no primeiro semestre de 2016, propos-se um estudo exploratorio enfocando uma pratica de leitura oral, para verificar quais as possiveis dificuldades evidenciadas em um grupo de academicos de letras de uma IES do RS e analisar se pareciam configurar a possibilidade de um disturbio cerebral ou se apenas indicavam falta de pratica de leitura, para fins academicos. Os sujeitos foram expostos a leitura silenciosa, producao de parafrase, leitura em voz alta e gravacao da leitura, seguida de analise. O objetivo foi levar os participantes a monitorar o desempenho do grupo por meio de tres criterios: diccao, ritmo e entonacao, como proposto por Poersch e Muneroli (1993). Os resultados do trabalho evidenciaram que a leitura oral pode ser uma pratica produtiva e eficaz, tendo sua realizacao promovido envolvimento com a atividade e melhorado a performance dos academicos participantes. Oral Reading: a variable that facilitates comprehension In this research report reading and reading comprehension are understood as distinct cognitive activities, which are non-reducible and non-identical, according to neuroscientific studies that have proved that reading means, in a strict sense, decoding (DEHAENE, 2007, 2012; MORAIS, 2014; SCLIAR-CABRAL, 2009, 2013), and decoding, also according to these studies, does not imply understanding (NATION, 2013). There are two ways of reading the written text: silently, out loud, and also – although it is not within the scope of this study – the possibility of reading images (KRESS & van LEEUWEN, 1996; MAYER, 2001). In Brazil, the most practiced modality is the silent one. Nowadays, however, the issues related to reading interpretation and comprehension, which involve students at all levels – from elementary to higher education – evidenced in reading assessments – Prova Brasil, Prova ANA, SAEB, PISA – renewed the interest in the research on reading aloud and its association with comprehension. With that in mind, in the first semester of 2016, it was conducted a study focusing on the oral reading practice, in order to verify the possible difficulties face by a group of undergraduate languages students from a higher education institution of Rio Grande do Sul and to analyze if they seemed have any brain disorder or if they only indicated lack of reading practice for academic purposes. The subjects were exposed to silent reading, paraphrase production, reading aloud and recording the reading, followed by analysis. The objective was to monitor their performance through the following criteria: diction, rhythm, and intonation, as proposed by Poersch e Muneroli (1993).The results showed that oral reading can be a productive and efficient practice, since it has improved the engagement and the performance of the participating students regarding the reading activity. Keywords: Silent reading. Oral reading. Interpretation and comprehension DOI: 10.28998/2317-9945.2019n63p23-36