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Abstract
Este artigo discute casos em que os sujeitos reconhecem autoridade persuasiva e reguladora, exibem sua indiferença, seu desinteresse, sua recusa, apesar de retaliação percebida ou real: “Eu não me importo”. Esta é uma forma de agência linguística que não precisa estar ligada ao privilégio. Como outros estudos de “linguagem vinda de baixo” (BAYNHAM E LEE, 2019), a recusa queer documenta as experiências vividas de uso da linguagem, vulnerabilidade e luta. Desse modo, os exemplos do artigo convidam ao diálogo com as práticas totalizantes de hegemonias raciais delineadas na investigação raciolinguística, não para negar a hegemonia, mas para sugerir que a recusa queer nomeia instâncias em que os sujeitos, definidos por meio da prática opressora, ousam romper com a opressão e enumerar as suas próprias alternativas.