José Eduardo Holler Branco, D. Bartholomeu, Paulo Nocera Alves Junior, José Vicente Caixeta Filho
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Abstract
Dois aspectos estão se tornando cada vez mais cruciais no planejamento de sistemas de transporte eficientes: desempenho energético do transporte e emissão de CO2. O transporte inter-regional de cargas é um dos que mais emite CO2 no Brasil, em função da grande quantidade de mercadorias que precisa ser transportada em rotas de longas distâncias, majoritariamente por meio de caminhões, devido à escassez de infraestrutura intermodal. É de amplo conhecimento que o modo rodoviário de transporte apresenta elevado consumo de diesel e emissão de CO2 por tonelada de carga transportada. Caso o país não coloque em prática ações e políticas com o objetivo de melhorar a eficiência energética, o transporte de cargas deverá intensificar expressivamente seu impacto sobre as mudanças climáticas, dificultando que o país atinja a meta de redução de CO2 acordada durante a COP21. Em vista disso, este artigo tem como objetivo fazer uma análise exploratória das principais ações e políticas recomendadas para reduzir as emissões de CO2 do transporte de cargas no Brasil, e mensurar quantitativamente seus impactos. A análise fundamenta-se na matriz origem e destino de cargas projetada pela Empresa de Planejamento e Logística, usada como base para mensurar as emissões de CO2 e os impactos das ações recomendadas nesse estudo, comparando-se a emissão estimada para 2015 e 2025. Os resultados revelam que as ações recomendadas têm potencial para reduzir 39% da emissão anual de CO2 em 2025 no país, o que significa evitar a emissão de 43 milhões de toneladas de CO2 por ano no transporte de mercadorias. Além disso, as ações e políticas sugeridas resultam também em ganhos econômicos na forma de redução de custos de transporte, o que tende a favorecer a implantação das ações com baixa dependência de financiamento público.