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Abstract
O presente artigo tem por objetivo apresentar resultados de pesquisa sobre ocupação de cargos instáveis no governo federal brasileiro a partir de 2003. Orientada pela teoria dos campos de ação estratégica, pela abordagem das redes sociais, por elementos da sociologia disposicionalista, multideterminista e à escala individual e pelo conceito de ativismo institucional, buscou-se, a partir da pesquisa bibliográfica e documental e da realização de entrevistas, identificar no contexto político-institucional e na trajetória dos sujeitos investigados, elementos que explicassem a ocupação de cargos governamentais por vias discricionárias. Os dados demonstraram que, no caso analisado, a ocupação destes cargos decorreram de uma inserção prévia, acadêmica e/ou profissional, em projetos e ações voltadas para o desenvolvimento rural e ao vínculo com movimentos sociais ligados à essa causa. Verificamos que ao ingressar neste campo, os indivíduos passam a compartilhar de uma mesma comunidade técnica mas também militante. Além disso, esse tipo de inserção estabeleceu redes e conferiu, ao longo do tempo, múltiplos reconhecimentos que permitiram aos sujeitos a ocupação de cargos no governo federal, a partir de 2003, dada as condições existentes no Estado. Verificou-se ainda que há também uma disponibilidade biográfica dos sujeitos de ocuparem cargos instáveis em prol deste tipo de trabalho.