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Abstract
Este artigo busca contribuir para as discussões sobre as transformações no mundo do trabalho e a divisão internacional da produção a partir do estudo de caso da indústria automotiva no Brasil. A pesquisa foi realizada através de um método quantitativo de análise de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro provenientes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), abrangendo o período entre 2006 e 2020. Esses dados foram analisados por meio de categorias oficiais de tipos de ocupação e de atividade econômica, segregando montadoras e fornecedoras de autopeças. Como resultado, identificou-se que, em 2020, o Brasil concentrava quase meio milhão de empregos formais na indústria automotiva, sendo 63,5% desses empregos em ocupações diretamente ligadas à produção e apenas 5,6% de “profissionais das ciências e das artes”. O cálculo de um quociente de concentração ocupacional mostra que as montadoras concentram proporcionalmente mais empregos relacionados às atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do que as firmas fornecedoras. Argumenta-se que os resultados reforçam a percepção de que o Brasil ocupa uma posição intermediária na rede global de produção automotiva, sendo responsável majoritariamente por atividades de produção. Ao mesmo tempo, o estudo reforça a hipótese de que a necessidade de adaptação dos produtos aos mercados regionais pressiona as empresas transnacionais (ETN) a descentralizar parte de seus processos de P&D, transferindo conhecimento para subsidiárias e empresas locais.